O anúncio de aumento de tarifas dos Estados Unidos ao Brasil gerou apreensão no setor do agronegócio nacional, um dos mais estratégicos para o comércio exterior e com alta influência sobre os dados da inflação.
Além de negativa para os negociadores brasileiros, altas tarifas sobre os produtos oneram diretamente o consumidor americano, que sentirá no bolso as mudanças impostas por Trump.
De acordo com representantes do governo, o cenário para o mercado de proteína também é preocupante – especialmente para os americanos.
O país vive um déficit histórico de carne bovina e segue altamente pressionado pela redução de rebanhos e mudanças climáticas.
Representantes do agronegócio no Congresso não demoraram a manifestar preocupação com a carta assinada pelo presidente Donald Trump nesta quarta-feira (9).
Em nota, a FPA (Frente Parlamentar Agropecuária) – uma das mais poderosas do Legislativo – pediu resposta “firme e estratégica” ao governo brasileiro.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pediu “cautela e diplomacia firme” ao governo brasileiro diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
“A FPA manifesta preocupação com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, comunicada por meio de carta oficial enviada ao governo brasileiro, representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países”, disse a bancada da agropecuária em nota.
A FPA avalia que a nova alíquota vai produzir reflexos diretos que atingem o agronegócio nacional “com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras”.
O texto complementa: “Diante desse cenário, a FPA defende uma resposta firme e estratégica: é momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou mais cedo que os EUA vão impor tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto. Trata-se da mais alta alíquota divulgada a partir de cartas enviadas pelo republicano aos países desde o início desta semana.
Redação