Durante sessão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba nesta terça-feira (8), o desembargador Ricardo Vital de Almeida protagonizou um momento de tensão ao rebater críticas feitas pelo advogado José Paulo Schneider. O jurista, em sua sustentação oral, questionou uma decisão anterior da Justiça paraibana, o que motivou a reação firme do magistrado, que pediu respeito à atuação do Judiciário.
“Vossa Excelência pode estar acostumada a gritar ‘noutras plagas’. Aqui, Vossa Excelência, respeite como respeitado é. Eu peço a Vossa Excelência que mantenha a postura mínima de advogado como eu estou mantendo a minha, que não é mínima. É a do meu cotidiano e é a nossa na Paraíba. Vossa Excelência, pode estar acostumado a esse tipo de divagações noutros cantos e recantos até. Na Paraíba, a seara é de respeito, mas é um respeito em que se respeita sendo respeitado”, disse o desembargador.
O advogado aparentou acusar Vital de suposta xenofobia ao afirmar que ele teria usado a condição do Tribunal como argumento depreciativo por ser um profissional de outro estado. Em sua defesa, Vital negou qualquer ofensa e afirmou que sua crítica foi direcionada exclusivamente ao caso específico que mencionou.
“A minha crítica é a um processo da Paraíba, a uma operação em si e não a história institucional dos juízes da Paraíba. (…) Então não venha me atacar, senhor relator. Eu quero ratificar então o meu respeito ao Tribunal de Justiça da Paraíba e apenas dizer que quando eu fiz, eu fiz indicando provas, não fiz de maneira genérica e recebo com muito, mas com muita tristeza, o preconceito do desembargador com a minha origem, porque ele fez questão de dizer que na Paraíba é assim e nos outros cantos não”, se defendeu José Paulo.
Em resposta final, Ricardo Vital rejeitou a acusação de ter cometido qualquer forma de discriminação. “Não houve qualquer discriminação em relação a sua origem, ao seu estado, até porque é um estado irmão onde tenho colegas. Não, tenho mais do que colegas, tenho amigos e que muito me honram e procuro honrá-los em relação a isso. Não há qualquer discriminação de nossa parte, vossa excelência que está fazendo um juízo idiossincrático, absolutamente subjetivo”, concluiu.