Num manifesto dirigido aos filiados do Partido dos Trabalhadores, o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, candidato a presidente nacional da legenda, afirma que é necessária a reorganização do PT nas bases populares, com uma presença constante nas periferias, nos sindicatos, nas comunidades rurais e nos territórios indígenas. “Isto inclui fortalecer nossos núcleos de vivência e luta, ampliando nossa atuação nos territórios e organizando a militância para atuar de forma permanente, não apenas em períodos eleitorais. O partido tem que fazer de sua sede um espaço de convivência, solidariedade e luta política social, uma referência para os que vivem e lutam nas nossas cidades e bairros”. Ele disse que o maior desafio imediato é garantir a reeleição do presidente Lula em 2026, advertindo que “enfrentaremos uma oposição radicalizada, apoiada pelo fascismo, que se organiza de maneira global, articulada e sustentada por interesses econômicos poderosos”.
Edinho Silva propôs, também, como urgente, a atualização da estrutura partidária, explicando: “O PT precisa se modernizar. A tecnologia transformou a política e a comunicação, e nós precisamos estar preparados para disputar consciências e corações também no mundo digital. Nossos setoriais devem ser fortalecidos e conectados com as novas realidades do mundo do trabalho e da sociedade. A prioridade para o digital não pode significar o nosso afastamento do trabalho de educação popular; pelo contrário, deve ser um meio de alcançar milhões de militantes e filiados”. Para ele, o PT precisa ser um motor político e não somente um partido apoiador de um governo. Considera que o PT foi responsável por mudar a forma como se governa no país, incluindo a pauta social no dia a dia da administração pública. Com isso, teria criado um modo petista de governar mas que enfrenta desafios e contradições. “Nosso crescimento levou à institucionalização do partido, o que tem sido fundamental para a disputa de hegemonia na sociedade. Mas é verdade também que ocorreu o distanciamento das nossas bases”, alertou.
Na última sexta-feira, quando lançou o manifesto, o candidato esteve em Brasília com a corrente majoritária do partido, a CNB (Construindo um Novo Brasil). A referida corrente apresentou resistência ao nome do ex-prefeito de Araraquara em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início do mês. O racha, embora persistente, foi minimizado com a ratificação do apoio de Lula a Edinho Silva. O postulante ressalta: “Precisamos aprofundar a participação das mulheres, que exercem um forte protagonismo na proposição de direitos sociais e políticos, impulsionando avanços em prol da igualdade de direitos no país e fortalecendo a luta da população LGBTQIAPN+ por mais direitos e participação na política. Devemos também fortalecer a luta antirracista com um conjunto de ações que promovam a igualdade e a justiça. É preciso também dialogar com as juventudes no sentido de construir bases para atender seus anseios do presente e prepará-los para o futuro”. A construção de um programa estratégico para o país é apontada como fundamental, reforçando medidas de governo que têm sido implementadas no projeto de desenvolvimento nacional.
Edinho Silva destaca a urgência de preparação do Partido dos Trabalhadores para as próximas eleições que envolverão disputa pelo Planalto, governos estaduais, Senado e Câmara dos Deputados, bem como Assembleias Legislativas. “Precisamos construir alianças políticas amplas, mas mantendo nossa identidade e protagonismo. O PT deve ser a espinha dorsal do campo democrático e popular e, para isso, devemos eleger bancadas fortes nas Assembleias, Câmara dos Deputados e Senado, recuperar espaços nos governos estaduais e garantir que Lula seja reeleito em 2026”, frisou, pontuando que o momento político mundial e a atuação do presidente Donald Trump, dos EUA, indicam que “devemos colocar a soberania nacional e a democracia como centros da nossa política de alianças, para que ela seja capaz de derrotar a extrema direita e construir uma base parlamentar que nos permita avançar nas reformas estruturais que viabilizem um projeto de desenvolvimento para o país”.
O ex-prefeito de Araraquara e candidato à presidência nacional do PT enfatiza que o Partido dos Trabalhadores é um instrumento histórico de transformação social. No seu entendimento, por isso mesmo, a agremiação precisa estar preparada para os desafios do presente e do futuro. “Chamamos todas as filiadas e todos os filiados a se somarem a esse processo de reflexão e reconstrução, com o objetivo de fortalecer nossa luta e garantir que nosso partido continue a ser o grande instrumento de mudança do povo brasileiro. A participação dos filiados e filiadas no PED (Processo de Eleição Direta) será a condição para garantir o apoio para as mudanças na organização partidária e na luta política e social rumo a 2026”. No fecho do manifesto, Edinho Silva exorta: “Sigamos juntos, com coragem e determinação, para construirmos um PT ainda mais forte, combativo e conectado com as aspirações do nosso povo”.
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