A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, bolsonarista presa há dois anos e julgada no Supremo Tribunal Federal (STF) por pichar a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, em frente ao prédio da Corte, pode ser condenada a 14 anos de prisão. O episódio ocorreu durante o ataque golpista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
Natural de Irecê (BA), a bolsonarista é mãe de duas crianças, de 6 e 11 anos, e está presa no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, no interior de São Paulo. Ela trabalhava como cabeleireira e vivia em Paulínia (SP) antes de ser detida.
Débora é casada com o pintor Nilton Cesar dos Santos, que tem cuidado dos filhos enquanto a esposa está presa. Frequentadora da Igreja Adventista do 7º dia, ela é descrita como “mulher cristã, justa, honesta e que sempre defendeu a família” por parentes.
Débora escreveu uma carta de próprio punho para pedir desculpas a Alexandre de Moraes, ministro do STF, em janeiro deste ano. No documento, a cabeleireira disse desconhecer o valor da estátua “A Justiça”, avaliada entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões, e argumentou que uma outra pessoa começou a pichar a obra e pediu para que ela continuasse, porque sua letra seria feia.
Ela foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O julgamento sobre o caso da bolsonarista começou nesta sexta (21) no plenário virtual da Corte e Moraes já votou para condená-la a 14 anos de prisão. A defesa de Débora diz que as únicas provas contra ela são as imagens em que aparece pintando a estátua com gloss labial e que a cliente deveria ser condenada a, no máximo, prestação de serviços comunitário ou pagamento de cestas básicas.
Em seu voto, o magistrado afirmou que Débora “não só participou das manifestações antidemocráticas como também foi a responsável pelo vandalismo” durante o ataque. O julgamento tem previsão de término no próximo dia 28 e restam os votos de Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, que compõem a Primeira Turma com Moraes.
A frase pichada na estátua é uma referência a uma fala do ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente da Corte, que se revoltou com manifestante bolsonarista em Nova York, nos Estados Unidos, em 2022, e afirmou: “Perdeu, mané. Não amola”.
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