Apesar das sanções anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialistas do setor financeiro garantem que os efeitos práticos dessas medidas serão limitados. Segundo banqueiros ouvidos pela coluna de Neuza Sanches, da Veja, os ministros não devem enfrentar bloqueios significativos ou perdas patrimoniais, já que mantêm seus ativos exclusivamente no Brasil.
“Se ele tem só contas no Brasil, eles estão 100% protegidos”, “Essas avaliações são apenas para ativos nos Estados Unidos”, afirmaram executivos do mercado financeiro brasileiro, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, um dos alvos diretos das sanções impostas por Trump.
A medida, baseada na Lei Magnitsky, que permite o bloqueio de bens, suspensão de vistos e restrição ao uso de serviços financeiros com conexão ao sistema norteamericano, tem como objetivo causar “estrangulamento financeiro” de indivíduos considerados hostis aos interesses dos EUA. No entanto, segundo fontes da Faria Lima, o centro financeiro de São Paulo à Veja, a eficácia desse tipo de punição depende da exposição do alvo a instituições ou ativos fora do país.
Na prática, ministros como Moraes se não mantiverem relações com bancos estrangeiros, estão fora do alcance dessas ações já que o sistema bancário brasileiro opera de forma autônoma e não se submete a ordens unilaterais vindas de Washington.
Ainda assim, os ministros podem enfrentar pequenas limitações: dificuldade no uso de cartões internacionais, impedimentos para transferências em dólar e eventuais restrições em instituições bancárias com vínculo aos Estados Unidos. Nada, porém, que represente ameaça real ao patrimônio ou às finanças dos magistrados.
Na avaliação das lideranças do mercado financeiro, o maior impacto das sanções será de imagem e político.
PB Agora