O governo termina o ano com uma prioridade para 2026: a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não vai inventar marola nem novo programa. De agora em diante, tudo o que for anunciado será apenas vitrine para a campanha eleitoral do ano que vem. Na prática, nada de inusitado sairá do papel nos próximos meses.
O presidente Lula usa óculos de realidade virtual em maquete sobre a transposição do rio São Francisco no Palácio do Planalto Foto: Foto: Wilton/Esta
É nesse ambiente conflagrado que o Planalto encerra 2025. Pior: Lula sabe que enfrentará outra batalha, a partir de fevereiro, quando o Congresso voltar das férias parlamentares.
O Centrão vai cobrar caro para aprovar a indicação do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, a uma cadeira do STF. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não só não gostou de ver seu candidato Rodrigo Pacheco (PSD-MG) preterido para a vaga no Supremo como promete trabalhar contra Messias. Não está sozinho nessa “missão”.
No STF, o ministro Flávio Dino fecha o cerco contra o desvio de recursos de emendas ao Orçamento, que abastece os redutos eleitorais de deputados e senadores. A moeda de troca virou o voto de cabresto da atual temporada, distorcendo o resultado das disputas nos Estados.
Mas, como se não houvesse amanhã que não fosse o das eleições, o Congresso aprovou, na semana passada, R$ 61 bilhões em emendas parlamentares para 2026. Enquanto isso, despesas com programas sociais como Auxílio Gás e Pé-de-Meia, por exemplo, foram alvo de tesourada.
Quarenta e oito horas depois, no entanto, Dino descobriu um “jabuti” para ressuscitar o orçamento secreto. A manobra foi incluída no projeto do corte de benefícios fiscais e evitou que até R$ 3 bilhões fossem liberados.
Foi o que bastou para a fúria contra o ministro entrar em cena. Agora, quando prometem barrar a indicação de Messias para o STF, senadores dizem que não querem um “novo Dino”. Mas Dino e Messias não são amigos. Ao contrário: os dois têm muitas desavenças. Como se vê, 2026 promete. E Lula que se cuide com essa história de não entrar no Ano-Novo com o pé direito….


