BRASÍLIA – Uma fiscalização encontrou um inseto, um parafuso metálico e um pedaço de plástico na comida do restaurante do Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios. Houve relatos de pessoas com intoxicação alimentar na última semana.
Fiscalização encontrou inseto, parafuso metálico e pedaços de plástico na comida do restaurante do Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios. Foto: Wilton Junior/Estadão
A inspeção foi realizada pelo próprio Ministério da Saúde, responsável por fiscalizar o contrato com a empresa DMI Comércio de Alimentos e Bebidas LTDA, que assumiu há 15 dias o restaurante do órgão.
A empresa foi notificada na última sexta-feira, 12, e disse ao Estadão que o episódio foi pontual e que está tomando todas as providências. O estabelecimento não foi interditado e segue servindo refeições para servidores e visitantes que passam pelo local. O Ministério da Saúde não comentou até o momento.
Segundo a inspeção técnica, houve “falhas graves” na manipulação dos alimentos e violação às regras do contrato firmado entre a pasta e a companhia. O restaurante deverá realizar análises microbiológicas completas das amostras dos alimentos para identificar a presença de substâncias que possam ter ocasionado as intoxicações.
Além disso, a empresa foi notificada a providenciar um laudo de laboratório em dez dias e um plano de ação com revisão dos procedimentos de higienização dos alimentos, treinamento emergencial da equipe, reforço das boas práticas de fabricação e medidas de controle e prevenção de perigos físicos e biológicos. A companhia pode sofrer advertências e até ter o contrato rompido se não cumprir as exigências.
Assim como outros ministérios, a Saúde possui um restaurante aberto para os servidores e o público em geral. Os estabelecimentos são conhecidos por fornecer refeições mais baratas que outros da área central de Brasília. O quilo da alimentação, por exemplo, custa R$ 32,10, enquanto outros locais servem refeições acima de R$ 100 o quilo na capital federal.
A empresa ganhou a licitação para explorar o serviço oferecendo o menor valor por quilo de acordo com as exigências do ministério. Em troca, ela deve pagar um valor anual de R$ 38 mil para a pasta, enquanto despesas com água, energia e vigilância serão dividas entre o poder público e a concessionária. A DMI Comércio de Alimentos e Bebidas LTDA possui contratos com outros ministérios na Esplanada.
Empresa diz que episódio foi pontual e vai adotar todas as providências necessárias
O dono do restaurante, Daigoro Michael Ito, afirmou ao Estadão que os episódios foram pontuais e que todas as providências exigidas pelo ministério estão sendo tomadas.
De acordo com ele, houve relatos de quatro pessoas passando mal em um dia e três em outro, mas as informações não chegaram diretamente à empresa e foram citadas pela própria fiscalização.
“Nesse mundo de restaurantes, se você não fizer uma lavagem correta, uns bichinhos bem pequenininhos dão em folhagens”, disse o proprietário.
Segundo a empresa, um cliente relatou que encontrou uma “larvinha” na salada de couve-flor e avisou os responsáveis pelo estabelecimento.
No caso do parafuso, a empresa constatou que o objeto saiu de um cortador de legumes e caiu em uma bacia onde estava sendo preparado um vinagrete. Sobre o pedaço de plástico, a empresa afirmou que o objeto veio de embalagens contendo peixes entregues por um fornecedor.
O representante da companhia disse ainda que a empresa está há 12 anos no mercado, nunca teve problemas anteriores com higiene e manipulação dos alimentos e que as pessoas podem ficar tranquilas ao consumir os produtos.


