Bolsonaristas elegeram um novo símbolo na campanha pelo projeto de lei que anistia os golpistas envolvidos no ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. O ex-presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e aliados têm usado o caso da manicure Eliene Amorim de Jesus para pedir a libertação dos presos.
A escolha de Eliene como novo símbolo da campanha por anistia ocorre após a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos receber permissão para aguardar o julgamento em prisão domiciliar na última sexta (28). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux afirmou que a pena atribuída à bolsonarista é muito alta.
Em post feito no X neste domingo (30), Bolsonaro diz que Eliene é “manicure, missionária da Assembleia de Deus e estudante de psicologia, presa por acompanhar os acampamentos como pesquisadora”. “Todas as imagens mostram Eliene com papel e caneta na mão”, escreveu.
O ex-presidente ainda diz que ela é “inocente” e que existem “dezenas, talvez centenas, de casos parecidos”. “Por isso, não podemos recuar. Temos que seguir exigindo liberdade e anistia para todos os presos políticos do 8 de janeiro”, afirmou.
– Infelizmente, Débora não é um caso isolado. Existem muitas outras Déboras. Muitas outras mães afastadas arbitrariamente de seus filhos. Muitas jovens com a vida interrompida não por crime algum, mas pelo desejo de vingança de Alexandre de Moraes.
– É o caso de Eliene Amorim de… pic.twitter.com/7PklQWSuh5
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 31, 2025
Eliene foi denunciada pelos crimes de golpe de estado, abolição violenta do estado democrático de direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima.
Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que ela foi do Maranhão até Brasília e acampou nas imediações do Quartel-General do Exército nos dias 7 e 8 de janeiro de 2023. “A denunciada participou de atos de estrago e destruição”, diz o documento.
O órgão ainda aponta que ela publicou fotos nas redes sociais em que parece dentro do Palácio do Planalto e outra com a frase “Boraaa Brasil”. Para a PGR, os posts demonstram apoio ao movimento golpista. Mensagens encontradas por investigadores também apontam que ela tem envolvimento com Antônio Freire Gomes, conhecido como Antônio Patriota, que organizou o transporte de golpistas até Brasília.
Eliene confirmou que foi até Brasília custeada por doações e confirmou que participou do ataque. Mesmo assim, bolsonaristas, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, têm questionado “qual ameaça essa moça representa”.
Eliene Amorim de Jesus (28 anos). Mulher, negra, nordestina, evangélica (Assembleia de Deus), pobre; sonhava em ser escritora. Está presa há 2 anos no presídio de Pedrinhas/MA.
Qual ameaça essa moça representa? O Brasil não precisa de modulação de pena, afinal não houve sequer… pic.twitter.com/LzflvF0IiH
— Michelle Bolsonaro (@Mi_Bolsonaro) March 31, 2025
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