O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, demonstrou nesta terça-feira, 6, durante evento promovido pelo Sistema CNA/Senar, em parceria com o Estadão e o Broadcast, em São Paulo, preocupação com o cenário geopolítico, especialmente com a possibilidade de o governo de Donald Trump nos Estados Unidos recuar em suas políticas tarifárias.
“Se Trump recuar (do tarifaço), não será fácil; vamos ter problemas muito sérios”, alertou. “Acredito que vai haver uma acomodação, um acordo entre Estados Unidos e China. Mas, nesse caso, o agronegócio brasileiro vai pagar um preço alto. Porque, quando dois grandes países fecham acordo, alguém fica de fora — e geralmente é quem tem menos poder de barganha.”
O presidente da CNA destacou que o agronegócio brasileiro está cada vez mais integrado ao cenário global, e que o produtor rural tem acompanhado de perto as transformações econômicas e políticas que afetam os mercados internacionais.

O presidente da CNA, João Martins Foto: Wendersaon Araujo/CNA
“O produtor brasileiro está ligado ao mundo”, afirmou Martins. Segundo ele, essa conexão tem sido fundamental para que o agronegócio nacional reforce sua competitividade e capacidade de adaptação diante de um ambiente internacional em constante mudança.
Martins ressaltou que o setor precisa estar atento aos movimentos da economia global, citando projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), que preveem um crescimento de apenas 1,7% para o mundo neste ano, sob o impacto de políticas comerciais mais protecionistas, como as tarifas impostas por Trump.
Ele observou que, diante de um cenário desafiador, é essencial que o Brasil continue investindo em inovação, acesso a mercados e políticas públicas voltadas à sustentabilidade e à segurança alimentar. “O agronegócio está cada vez mais globalizado”, disse.