Na última quarta-feira (12), a ministra Gleisi Hoffmnan, da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), foi atacada pelo deputado federal Gustavo Gayer. A misoginia do bolsonarista atingiu também o marido de Gleisi, o também parlamentar Lindbergh Farias (PT) e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Repubicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil).
Seguidor de Lindbergh, o advogado especialista em Direito Processual Civil e Direito Constitucional, Acelino Rodrigues de Carvalho, publica uma carta aberta ao petista com duas sugestões ao deputado federal. Segundo Acelino, é tempo de usar nossos postos para, mais uma vez, ampliar o coro das mulheres vítimas de ataques misóginos que alcançam o feminicídio. Leia:
Caro Deputado,
Me chamo Acelino Rodrigues de Carvalho. Natural do Maranhão, moro em Mato Grosso do Sul desde 1986. Sou advogado, especialista em Direito Processual Civil e em Direito Constitucional; mestre em Direito Processual e Cidadania; doutor em Direito Público, autor de diversas obras jurídicas. Sou professor titular de Filosofia do Direito e Teoria da Constituição na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Acompanho sua atuação política desde os tempos da UNE. Sou seu admirador. Permita-me algumas sugestões.
1) Pare de pedir pela prisão de Bolsonaro. Isso é problema da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. Isso apenas legitima o discurso dele de que é perseguido político. Igualmente, pare de pedir para reter o passaporte do deputado Eduardo Bolsonaro. É exatamente isso que ele deseja: que sejam adotadas medidas contra ele para confirmar a narrativa, difundida por ele e seus pares, de que vigora no Brasil uma ditadura, que persegue os adversários. Se esforce para demonstrar que esse discurso é falso. Não se apoia na realidade, nos fatos.
2) As mulheres brasileiras, principal base de apoio do presidente Lula, estão clamando por socorro. Estão desesperadas. A cada dia aumenta o número de feminicídios. Criminalizar não tem se mostrado suficiente. Construir casa de acolhida também não. Aliás, essa última política pressupõe que os casos vão continuar ocorrendo. É importante. Mas é necessário muito mais. Sugiro uma mobilização nacional, liderada pelo Governo Federal, mas que envolva o Poder Judiciário, através do CNJ, Ministério Público, Defensoria pública, OAB, Universidades, Centros Acadêmicos, Imprensa, Associações de Moradores, Centrais de Favelas etc. A questão é de educação. Conscientização. Isso tem que ser urgente. Não se pode perder tempo com discussões infindáveis. Na esteira desse caso terrível da adolescente de Cajamar. Talvez uma grande campanha visando à conscientização dos homens de que precisam respeitar as mulheres. Temos que fazer algo e a iniciativa tem que partir do Governo Federal. Converse com a ministra Gleisi Hoffmann. O momento é muito oportuno. Não podemos perder essa oportunidade. As mulheres clamam por socorro. Precisam ser ouvidas. E socorridas.
Cordialmente
Professor Acelino de Carvalho
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