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Em meio ao emaranhado do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acaba de criar um painel que permite acompanhar, em tempo real, os avanços e recuos das medidas de tarifação, além dos impactos sobre as importações brasileiras.
A plataforma, batizada de Painel Sobretaxas Estados Unidos, é gratuita e aberta a empresários, acadêmicos, operadores de comércio exterior, sindicatos e a imprensa, por exemplo. Ela reúne, num mesmo local, dois grandes grupos de informações.
O primeiro trata das sobretaxas aplicadas pelos EUA a produtos de todos os países, detalhando o porcentual das tarifas, a data de início da vigência, os motivos da taxação e as exceções, em linguagem clara e acessível. A plataforma também oferece um link direto para o documento original da medida, emitido pelo governo americano.

Antonio Carlos Costa, superintendente da Fiesp: “O painel é uma ferramenta de utilidade pública, dada a circunstância que estamos vivendo” Foto: Everton Amaro/Fiesp
O segundo grupo reúne informações sobre os impactos das medidas de taxação sobre as importações brasileiras. Nesse campo, estão agrupados dados estatísticos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) sobre as importações por produto, a participação por país de origem, a variação das compras externas em 12 meses em relação à média e aos 36 meses anteriores. Além disso, há dados sobre as importações mensais por país, os valores das compras em dólar, em quilos e o preço médio em dólares por quilo.
“O painel é uma ferramenta de utilidade pública, dada a circunstância que estamos vivendo”, afirma o superintendente da Fiesp, Antonio Carlos Costa. A ideia de criar essa plataforma surgiu diante do grande número de consultas que a entidade tem recebido sobre o entendimento das medidas e os impactos nas importações. O objetivo da plataforma é oferecer uma ferramenta simples e ágil para análise estratégica e tomada de decisão dos empresários.
Construída no prazo recorde de duas semanas pela equipe do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, a ferramenta usa dados públicos tanto do governo dos Estados Unidos e como do Brasil. O painel abrange 10 mil produtos importados pelo Brasil e 12 mil, no caso dos EUA. As estatísticas estão atualizadas até março.
Quando Trump coloca uma tarifa tão grande sobre um mercado tão importante como a China é natural que os mais de US$ 400 bilhões que o gigante asiático exporta para os EUA busquem uma realocação em outros países, incluindo o Brasil.
Antonio Carlos Costa, superintendente da Fiesp
Costa ressalta que se trata de uma ferramenta única no Brasil e no mundo. “O que existia disponível até agora era é uma linha do tempo, com as decisões. Mas uma plataforma que reúna a parte qualitativa e quantitativa com inteligência de dados é inédito no mundo.”
Surto de importação
Efeitos do tarifaço de Trump no comércio internacional são esperados para os próximos meses. E a grande preocupação da indústria brasileira é acompanhar justamente os desdobramentos dessa taxação sobre o mercado.
Quando Trump coloca uma tarifa tão grande sobre um mercado tão importante como a China, diz Costa, é natural que os mais de US$ 400 bilhões que o gigante asiático exporta para os EUA busquem uma realocação em outros países, incluindo o Brasil.
“Pode ocorrer o que a gente chama de surto de importação, que é um desvio de comércio”, diz o superintendente da Fiesp. Por isso, os dados históricos da evolução das importações por produto e país de origem são fundamentais para identificar esses movimentos e municiar os empresários para agir com pleitos junto ao governo sobre medidas compensatórias.
A plataforma que começou a funcionar esta semana será atualizada praticamente em tempo real à medida que as negociações sobre as tarifas entre os Estados Unidos e o resto mundo forem avançando. “Estamos trocando o pneu com carro andando e preparados para atualizar essa história.”
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