Estado contabiliza quase dez mil casos de dengue. (Foto: Pixabay/Ilustrativa)
A Paraíba soma dez mortes por dengue e investiga mais dois óbitos em Riachão e São Vicente do Seridó. O número de casos dobrou em relação a 2023, segundo os dados da Boletim Epidemiológico das Arboviroses nº 10/2024, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) nesta quinta-feira (3).
Foram descartados 36 óbitos em Aparecida, Araçagi, Bayeux, Cabaceiras, Cabedelo, Caldas Brandão, Campina Grande, Dona Inês, Fagundes, Jacaraú, João Pessoa, Logradouro, Mamanguape, Monteiro, Pilar, Pirpirituba, Pocinhos, Pombal, Santa Rita, São José do Sabugi, São Sebastião de Lagoa de Roça, Soledade e Vieirópolis.
Em relação às arboviroses, no geral, a Paraíba soma 15.000 casos, sendo 13.370 de dengue (89,13%), 1.542 de chikungunya (10,29%) e 86 de zika (0,57%). Os dados abrangem o período até a 39ª Semana Epidemiológica, encerrada em 28 de setembro de 2024, segundo informou a SES.
O boletim destaca que o número de casos de dengue registrou um aumento superior a 100% em comparação com o mesmo período em 2023, contendo uma maior incidência nas 1ª, 10ª e 11ª regiões de saúde. Já para os casos prováveis de chikungunya, houve um aumento de 25% e, em contrapartida, os casos de zika apresentaram uma redução de 18%, também em relação ao ano anterior.
Entre os municípios mais afetados, estão Campina Grande, com 401 casos (13,43%), e João Pessoa, com 301 casos (7,56%). Outras cidades que as autoridades estão monitorando de perto incluem Poço Dantas, com 162 casos (56,06%); Barra de Santa Rosa, com 46 casos (51,69%); e Bonito de Santa Fé, com 21 casos (47,73%).
Até a 39ª Semana Epidemiológica de 2024, que foi de 22 a 28 de setembro, foram notificados 171 casos de dengue com sinais de alarme. No que diz respeito aos óbitos, há um total de 10 registrados em Cabedelo (1), Camalaú (1), Campina Grande (2), Catolé do Rocha (1), Conde (1), João Pessoa (1), Lucena (1), Massaranduba (1) e São João do Rio do Peixe (1)
De acordo com a técnica do Núcleo de Arboviroses da SES, Carla Jaciara, o aumento nos casos de dengue demanda ações imediatas de prevenção e controle. “Mais de 89% dos casos correspondem à dengue, que pode ser contraída até quatro vezes devido à existência de quatro sorotipos: dengue 1, 2, 3 e 4”, ressalta.
A Saúde da Paraíba alerta sobre a importância da participação ativa da comunidade na prevenção das arboviroses, promovendo a limpeza regular dos lares e a eliminação de potenciais criadouros do Aedes aegypti. “Os cuidados se mantêm praticamente da mesma forma, e a população precisa ter atenção com a prevenção e manejo. O não acúmulo de água é fundamental para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti”, completa Carla Jaciara.
Para fortalecer o controle, a SES realiza, por meio do Núcleo de Doenças e Agravos Transmissíveis, do Núcleo de Entomologia e da Sala de Situação, uma série de reuniões e visitas técnicas, além do monitoramento e assessoramento junto aos municípios e às Gerências Regionais de Saúde. O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) está em andamento e visa avaliar a presença do mosquito em diversos municípios. O 4º LIRAa/LIA ocorre de 30 de setembro a 4 de outubro de 2024, e os resultados estão previstos para serem concluídos após 15 dias, possibilitando ações direcionadas de controle.
O chefe do Núcleo de Fatores Biológicos e Entomologia da SES, Nilton Guedes, compartilhou informações cruciais sobre o LIRA, destacando sua importância no combate às arboviroses. “Para o controle das arboviroses, é essencial que realizemos pesquisas larvárias ao longo do ano para identificar e mapear as áreas com maior presença de mosquitos. O que chamamos de LIRA é uma ferramenta vital, um levantamento que nos permite localizar focos de Aedes aegypti”, afirmou.
Ainda segundo Nilton Guedes, a ação imediata é imprescindível e o método de amostragem irá fortalecer o combate vetorial direcionando estas ações de forma otimizada. “Este levantamento, que começou no dia 30 de setembro, nos permitirá, em uma semana, mapear todo o Estado. Assim, conseguiremos direcionar nossas ações com base em dados concretos, o que é crucial para a eficácia das intervenções. O LIRA nos ajuda a identificar exatamente onde precisamos intensificar os trabalhos, permitindo que sejamos proativos antes da alta temporada de arboviroses, que geralmente ocorre no primeiro semestre do próximo ano”.
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