Ministra Marina Silva. (foto: Agência Brasil)
O acirramento da disputa interna na Rede Sustentabilidade ganhou novo contorno nesta semana, com a aprovação de mudanças no estatuto que fortalecem o grupo da deputada Heloísa Helena na tomada de decisões sobre as eleições do ano que vem.
A mudança nas regras internas aumenta a possibilidade de Marina Silva deixar a legenda que ajudou a fundar, sacramentando uma negociação que corre há meses nos bastidores. Antecipado pela CNN em novembro, o movimento de Marina passa por negociações com o PT, seu antigo partido, para uma possível candidatura no ano que vem.
Marina gostaria de disputar o Senado, mas parte do PT defende que ela fique na disputa da Câmara, alternativa, por enquanto, descartada pela ministra do Meio Ambiente. Marina também conversa com o PSB e o PSOL sobre uma possível filiação.
No entorno do presidente Lula, que deu aval à articulação para Marina retornar ao PT, uma ideia é a montagem de uma chapa forte em São Paulo, com Marina e Simone Tebet disputando o Senado, e Fernando Haddad na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.
A articulação, entretanto, ainda esbarra na resistência de Haddad de concorrer. Lula e o ministro devem ter em breve uma nova conversa sobre o assunto. O destino de Haddad será o primeiro passo para a retomada das conversas com Marina.
Na última quinta-feira (18), o grupo alinhado a Marina na Rede divulgou uma nota, com fortes críticas à atual direção.
O motivo foi a confirmação de mudanças no estatuto da sigla, que, como adiantou a CNN, aumentam a centralização de poder da atual direção. No longo texto, o grupo critica medidas como intervenções nos diretórios regionais e destituição e expulsão de dirigentes. A avaliação do grupo é que as novas regras dificultam uma candidatura da própria ministra.
“Trata-se da consolidação de um projeto de captura institucional, que verticaliza o partido, concentra poder na Executiva Nacional, enfraquece a autonomia de estados e municípios, reduz direitos dos filiados, discrimina mandatos e fragiliza a democracia interna”, diz o texto.
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