O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, tem se afastado da política e não deve se envolver na campanha presidencial de 2026. Nas duas últimas campanhas, foi aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Pessoas próximas dizem que Hang está concentrado na própria empresa, que no próximo ano planeja chegar a 200 lojas e estar em todos os Estados para comemorar os 40 anos de fundação. Procurada, a assessoria do empresário não respondeu.
Bolsonaristas têm notado a ausência de Hang em eventos de empresários com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato à Presidência escolhido pelo pai. Nos últimos dias, Flávio fez uma série de reuniões fechadas com executivos, investidores e empresários em São Paulo, com o objetivo de se aproximar da Faria Lima.
Como mostrou o Estadão, a lista de empresários que conversaram com o senador, nos últimos dias, inclui Richard Gerdau (Gerdau), Alexandre Ostrowiecki (Multilaser), Helio Seibel (Duratex), Flávio Rocha (Riachuelo) e Mario Araripe (Casa dos Ventos).
Conhecido por trajar um terno verde e amarelo em palanques com o então presidente Bolsonaro e por espalhar ataques a adversários em redes sociais, Hang doou dinheiro à campanha do ex-presidente à reeleição em 2022.
Empresário ficou inelegível e foi condenado
Hang cogitou disputar o Senado em 2022 e entrar formalmente para a política, mas recuou pouco antes da pré-campanha. No ano seguinte, ficou inelegível por oito anos, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.
Segundo a decisão, o empresário usou a estrutura da Havan para influenciar o resultado da eleição à prefeitura de Santa Rosa (RS). O prefeito e o vice-prefeito eleitos em 2020 foram cassados.
As condenações continuam acontecendo. Em outubro passado, o empresário foi condenado a pagar R$ 33 mil ao presidente Lula (PT) por danos morais. A Justiça de Santa Catarina considerou que, em 2019, Hang exibiu faixas ofensivas ao petista em aviões. “Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro”, dizia uma das mensagens.

Empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan Foto: Gabriela Biló/Estadão


