O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na manhã deste sábado (22) em Brasília, deverá participar de audiência de custódia neste domingo (23). Até lá, permanecerá detido na Superintendência da Polícia Federal, em uma sala equipada com ar-condicionado, frigobar, cama, televisão e banheiro privativo.
A prisão de Bolsonaro é preventiva e foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Polícia Federal. Na decisão, Moraes citou risco de fuga, violação da tornozeleira eletrônica e possibilidade de deslocamento para a embaixada dos Estados Unidos.
Pedidos da defesa foram negados
Ainda neste sábado, Moraes negou os pedidos apresentados pela defesa do ex-presidente, que solicitava a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar “humanitária” e autorização para novas visitas. Segundo o ministro, os pleitos se tornaram “prejudicados”, pois perderam utilidade diante dos novos fatos que fundamentaram a ordem de prisão.
Motivos da prisão preventiva
Na decisão, Moraes listou uma série de elementos apresentados pela PF e corroborados pela Procuradoria-Geral da República:
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Violação da tornozeleira eletrônica às 0h08 de 22/11, indicando tentativa de rompimento do equipamento;
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Risco iminente de fuga, inclusive para representações diplomáticas próximas à residência de Bolsonaro;
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Registro de antecedentes de planejamento de pedido de asilo em embaixada;
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Fugas recentes de aliados investigados, sugerindo adoção de estratégias semelhantes;
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Convocação de vigília nas proximidades da casa do ex-presidente, feita por parlamentar e familiar, com risco de aglomeração e possível obstrução da fiscalização da prisão domiciliar.
Moraes também destacou que Bolsonaro já havia descumprido medidas anteriores, como uso indevido de redes sociais e violações às regras da prisão domiciliar, fatores que reforçaram a necessidade de sua detenção.
A audiência de custódia ocorrerá neste domingo, quando a Justiça avaliará a legalidade da prisão preventiva e as condições em que ela foi realizada.


