O debate sobre a paralisação dos professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) voltou a movimentar a Assembleia Legislativa nesta semana. Em um raro momento alinhamento entre oposição e situação, deputados defenderam a necessidade de diálogo, mediação institucional e construção de caminhos que assegurem condições dignas para a retomada das atividades.
A presidente da Comissão de Educação do legislativo estadual, deputada Cida Ramos (PT), destacou que o impasse vai além de uma paralisação docente e reflete um pedido urgente de atenção à estrutura da universidade.
“Nós não estamos diante de uma greve de professores. Nós estamos diante de um momento em que a UEPB pede socorro. Ela pede socorro do ponto de vista da sua infraestrutura, das condições de funcionamento, do ponto de vista da flexibilidade, da segurança, mas ela pede também uma revisão. Aí, eu acho que o deputado Taciano tem razão quando diz que a Assembleia precisa mediar essa relação”, afirmou Cida durante entrevista à rádio CBN João Pessoa.
No mesmo programa jornalístico, o líder da oposição, George Morais (União Brasil), também reforçou a disposição para colaborar na construção de uma solução institucional.
“Se a solução, os encaminhamentos que forem tomados, sejam através de uma Proposta de Emenda à Constituição, fazendo inserir na Carta Magna Estadual essa autonomia, para que haja uma segurança jurídica, uma estabilidade e um compromisso legal ainda maior, vocês podem contar com o apoio do deputado George Moraes”, declarou.
George ainda ressaltou que a Assembleia tem papel central na mediação entre governo e comunidade acadêmica.
“Se o papel dessa Assembleia Legislativa for a formação de uma comissão suprapartidária, para que possa cobrar do Poder Executivo o imediato deslinde deste movimento paredista, eu igualmente estaria à disposição. Porque, repito, acima de qualquer cor, bandeira ou ideologia partidária, a valorização profissional de todos os docentes”, completou.
A greve dos professores da universidades estadual foi anunciada no dia 18 de setembro e começou de fato quatro dias depois, levantando temas como recomposição salarial, realização de concursos públicos e o cumprimento da Lei da Autonomia, criada há mais de duas décadas.
A paralisação tem afetado milhares de alunos e já compromete o semestre pedagógico da instituição. Apesar das tentativas de diálogo entre os representantes do Governo do Estado e do movimento grevista, até agora não houve nenhum tipo de acordo para a solução do impasse.
PB Agora


