Bolsonaro e seu entorno foram condenados. Uns comemoraram, outros lamentaram. Entre extremos estão aqueles que compreendem que o julgamento não foi justo, tanto pelo procedimento quanto por aqueles que julgaram, e que reconhecem notáveis indícios de cometimento de crimes.
Hoje, Bolsonaro e seu entorno pagam pela falta de sabedoria e prudência. Se ele tivesse se dedicado a ser um líder prudente com palavras de sabedoria e misericórdia, principalmente quando da pandemia, talvez a história fosse outra.
Bolsonaro começou um governo com amplo apoio social e do mercado e escolheu vários ministros notáveis. Tinha muito para dar certo. Mas ele também cuidou de dar ouvidos a pessoas extremistas em seu governo. Os resultados foram falas imorais na pandemia e discursos extremos contra as instituições.
E após a derrota eleitoral, seu comportamento não mostrou estatura: ele deixou no ar a expectativa de fazer alguma coisa para manter as bases mobilizadas, enquanto discutia vias de se manter no poder. Depois pegou um voo e foi embora, deixando milhares de pessoas radicalizadas. Ele tinha tudo para ter se tornado um importante opositor do consórcio Lula-STF, mas escolheu o radicalismo e, depois, a fuga.
Bolsonaro não teve um julgamento justo. E sua condenação sempre estará sob suspeita. Mas também é verdade que ele não foi um santo. Bolsonaro radicalizou setores da direita, discutiu e analisou “alternativas” inconstitucionais e deu vazão a radicalismos.
Por fim, a condenação de Bolsonaro deveria servir para a reflexão de pessoas moderadas de direita, principalmente os cristãos. Messias político não existe! A falta de prudência e sabedoria e o caminho da radicalização cobram seu preço. Todos pecaram!