Nessa semana, a China realizou um desfile histórico em que se levantou com uma mensagem clara ao Ocidente: nós podemos brigar! Xi Jinping, ao lado de vários autocratas e simpatizantes de democracias, expôs grande poder militar e defendeu uma “nova ordem mundial”.
Sem dúvidas, esse foi o evento político de maior impacto internacional do ano. Ao lado de Putin, Kim Jong-um e vestido como Mao Tsé-Tung, o líder chinês Xi Jinping se voltou contra o estreitamento do Ocidente capitaneado pelo protecionismo trumpista. A mensagem foi clara: venham a mim, todos os que estão cansados do Ocidente.
No desfile, a China apresentou armamento bélico altamente avançado, expondo até um míssil capaz de alcançar qualquer parte do globo terrestre. Trump observou e se chateou. Ele sabe que é o principal responsável pelo fortalecimento da China. Quanto mais Trump fustiga países com tarifas, mais os países cansados e sobrecarregados buscam descanso nos chineses.
Na mesma semana, Xi Jinping e Putin se aproximaram da Índia de Narendra Modi. Juntos, China, Rússia e Índia correspondem a aproximadamente 35% da população global. Trata-se de um eixo que ameaça o Ocidente cuja população diminui e envelhece. Trump lamentou dizendo: “parece que perdemos a Índia e a Rússia para a mais profunda e sombria China”.
O governo brasileiro, que simpatiza com a China e integra o eixo antiocidente do BRICS, contou no desfile chinês com as presenças de Celso Amorim e Dilma Rousseff. Parece que aquela tradição de neutralidade brasileira acabou. E o Brasil está tomando o lado errado de uma potencial confusão.
A nova ordem mundial chinesa pretende se erguer nos escombros da dissolução do Ocidente, que se encontra cada vez mais polarizado, fechado e sitiado por crises orçamentárias. Só Deus sabe o próximo capítulo da história, mas, a julgar pelo passado, as peças do tabuleiro estão se posicionando para um xeque-mate.