O dólar completou a sétima sessão consecutiva de baixa ante o real, encerrando a quarta-feira, 19, na menor cotação em cinco meses, acompanhando a perda de força da moeda norte-americana no exterior após decisão do Federal Reserve sobre juros nos EUA.
A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 0,47%, aos R$5,6486, menor cotação desde 14 de outubro de 2024, quando terminou em R$5,5827. Nas últimas sete sessões o dólar acumulou baixa de 3,52% e, no ano, recuo de 8,58%.
Às 17h06 na B3 o dólar para abril — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,48%, aos R$5,6620.
Nesta sessão, as atenções dos investidores se voltaram para as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, uma vez que os agentes buscam indícios sobre a trajetória das taxas de juros em ambos os países. A decisão do Banco Central brasileiro, porém, só deve sair no início da noite.
Nesta quarta, o FED decidiu por manter a taxa de juros dos EUA na faixa de 4,25% a 4,50%, como esperado, mas formuladores de política monetária do banco central dos EUA indicaram que ainda preveem uma redução de 0,50 ponto percentual da taxa até o final deste ano, em um contexto de desaceleração do crescimento econômico e, eventualmente, queda da inflação.
Levando em consideração o anúncio de tarifas pelo governo Trump, as autoridades do Fed aumentaram suas projeções para a inflação este ano, com sua medida preferencial de alta dos preços prevista para terminar o ano em 2,7%, em comparação com alta de 2,5% estimada em dezembro. O Fed tem como meta uma inflação de 2%.
No entanto, eles também reduziram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano de 2,1% para 1,7%, com taxa de desemprego ligeiramente maior no final deste ano.
Formuladores de política monetária disseram que os riscos haviam aumentado, com um sentimento quase unânime ao dizer que as perspectivas para o ano estavam mais incertas. Após a decisão, os rendimentos dos Treasuries cederam e o dólar perdeu força ante as demais divisas fortes, o que impactou o câmbio e a renda fixa no Brasil.
Fonte: Terra