A Universidade Johns Hopkins, uma das instituições de pesquisa científica mais renomadas dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira (13) que será obrigada a demitir mais de 2 mil funcionários devido aos cortes significativos no financiamento da ajuda externa americana, promovidos pelo governo de Donald Trump.
Em um comunicado oficial, a universidade expressou sua preocupação: “Este é um dia difícil para toda a nossa comunidade. O encerramento de mais de US$ 800 milhões em verbas da USAID está nos forçando a encerrar um trabalho essencial aqui em Baltimore e internacionalmente”.
Sediada em Baltimore, Maryland, a universidade está eliminando 2.222 cargos, sendo 1.975 em projetos em 44 países ao redor do mundo e 247 empregos nos Estados Unidos. Os cortes afetam diversas áreas, incluindo a Escola de Medicina, a Bloomberg School of Public Health e a Jhpiego, uma organização global de saúde sem fins lucrativos fundada pela Johns Hopkins há mais de 50 anos.
A Jhpiego, que tem um histórico de trabalho essencial em saúde pública, foi fortemente impactada pela redução de verbas, afetando sua capacidade de continuar projetos que têm impacto positivo em várias nações.
Os cortes fazem da Johns Hopkins uma das universidades mais afetadas pela diminuição do financiamento federal para pesquisa. A universidade recebe anualmente cerca de US$ 1 bilhão dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e atualmente está conduzindo cerca de 600 testes clínicos, de acordo com o The New York Times.
A Johns Hopkins também participa de um processo federal contra esses cortes, defendendo a importância da continuidade do financiamento para pesquisas essenciais.
A USAID, maior fonte de financiamento da Jhpiego, distribui ajuda humanitária em mais de 120 países, com programas de saúde e emergência. No entanto, o governo de Trump tem implementado uma série de mudanças na agência, incluindo uma ordem executiva em janeiro que congela a ajuda externa dos EUA enquanto avalia as despesas no exterior.
Críticos alertam que a redução do trabalho da USAID e o corte no financiamento afetarão milhões de pessoas em todo o mundo, prejudicando programas vitais para a saúde, a educação e o bem-estar global.