O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que nenhuma das medidas econômicas anunciadas nesta quinta-feira (22/5) foi negociada com o Banco Central (BC). A afirmação foi compartilhada por ele nas redes sociais, indicando certo “climão” entre o chefe da Fazenda e o presidente do BC, Gabriel Galípolo, que foi pego de surpresa.
Os dois estiveram juntos em reunião na tarde de terça-feira (20/5), no Ministério da Fazenda, quando o tema não teria sido colocado em pauta. No dia seguinte, sem a presença de Galípolo, o ministro se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, onde teriam conversado sobre as medidas fiscais.
Nesta quinta, além de confirmar o congelamento de parte do orçamento para conseguir cumprir o arcabouço fiscal, o governo anunciou, também, o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), como parte das medidas que visam o aumento da arrecadação.
Durante o anúncio, em coletiva de imprensa, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, indicou que o tema havia sido tratado em conversa de Haddad com Galípolo, o que foi desmentido mais tarde pela publicação do ministro nas redes.
Entenda o que é o IOF
- O IOF é um tributo federal pago por pessoas físicas e jurídicas que incide sobre diversas operações financeiras realizadas no Brasil.
- Conforme o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o principal objetivo do IOF é regular a economia. Regular a economia significa que o governo utiliza o IOF como uma ferramenta para controlar a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos e investimentos.
- Quando há muito dinheiro sendo emprestado, o governo pode aumentar a alíquota (taxa) do IOF para tornar esses empréstimos mais caros.
- Isso desestimula as pessoas a pegarem novos empréstimos, reduzindo a quantidade de dinheiro circulando na economia e ajudando a controlar a inflação.
O aumento do IOF foi anunciado, segundo a equipe econômica, com o objetivo de criar harmonia entre política fiscal e política monetária, que é conduzida pelo BC. A elevação das taxas, no entanto, não teria o apoio do presidente do Banco Central, ex-auxiliar de Haddad.
Colaboraram Flávia Said e Mariana Andrade.