Apontado como um dos líderes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), traficante Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi transferido da Bolívia para o Brasil neste domingo, 18. Na sexta-feira, ele foi preso Santa Cruz de la Sierra numa ação conjunta da Polícia Federal com a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC), da Bolívia, por uso de documento falso. Ele é apontado com um dos principais articuladores do esquema internacional de lavagem de dinheiro do grupo criminoso e também como sucessor de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, preso na penitenciária federal de Brasília.
Tuta foi entregue pela polícia boliviana à PF em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e será encaminhado a um presídio de segurança máxima. A PF ainda não divulgou o local. Ele estava foragido há cinco anos, tendo sido condenado a 12 anos de prisão por organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues disse ontem, durante entrevista coletiva, que a corporação já tinha aviões prontos para transportar o traficante. “As nossas equipes já estão prontas para sair de Brasília assim que tiver a confirmação, se for o caso de expulsão, para fazer a transferência”. Autoridades da Bolívia informaram que o integrante do PCC foi descoberto quando tentava renovar o documento de cidadão estrangeiro, se apresentando como Maycon Gonçalves da Silva. Tuta acabou identificado porque fazia parte da lista de procurados da Interpol.
De acordo com a Folha de São Paulo, a solução jurídica adotada pela Bolívia foi a sua expulsão do país, o que permitiu a saída rápida do traficante. O criminoso tem na sua ficha duas prisões decretadas após trabalho de investigações do Ministério Público de São Paulo. Em 2020, na Operação Sharks, ele foi um dos principais alvos. Segundo o MP à época, após a transferência de Marcola para presídio federal, em 2019, Tuta passou a comandar os integrantes da organização criminosa nas ruas, sei deixar de manter contato com a cúpula na cadeia. Entre 2018 e 2019, ele teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão do PCC.
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