O cantor e compositor paraibano Vital Farias, que faleceu aos 82 anos nesta quinta-feira (6), não se destacou apenas no meio musical. Sua atuação também passou pela política, onde transitou da militância na esquerda para o bolsonarismo. Em diferentes momentos, tentou conquistar espaço em Brasília, disputando cargos no Congresso Nacional.
Sua primeira candidatura ocorreu em 2006, quando concorreu ao Senado pelo PSOL. Quatro anos depois, em 2010, ainda alinhado à esquerda, tentou novamente o cargo pelo PCB, mas sem êxito.
Já em 2014, filiado ao PSB, partido do então governador Ricardo Coutinho, foi eleito suplente de deputado federal, mas nunca chegou a exercer o mandato.
Em 2022, fez sua última tentativa política ao disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Avante. Nessa fase, mudou de posicionamento ideológico e passou a apoiar Jair Bolsonaro (PL) na disputa contra Lula (PT). No entanto, a guinada política não resultou em eleição.
Despedida e homenagens
Vital Farias estava internado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, na Grande João Pessoa, desde a última quarta-feira (5), devido a problemas cardíacos.
A Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB) divulgou uma nota lamentando sua morte e exaltando seu legado artístico-cultural. Já a Prefeitura de Taperoá, sua cidade natal, deve decretar luto oficial de três dias. Parte do velório e o sepultamento ocorrerão no município.
Carreira e legado musical
Nascido em Taperoá, no Cariri paraibano, em 1943, Vital Farias mudou-se para o Rio de Janeiro na década de 1970, onde se formou em Música.
Seu primeiro álbum, intitulado “Vital Farias”, foi lançado em 1978. Sua primeira composição gravada foi “Ê Mãe”, parceria com Livardo Alves, interpretada por Ari Toledo.
Ao longo da carreira, suas composições ganharam projeção nacional, com destaque para “Canção em Dois Tempos” e suas tradicionais cantorias, marcadas pelo humor e pelo regionalismo nordestino. Ele também colaborou com artistas como Geraldo Azevedo, Xangai e Elomar.
Entre suas músicas mais conhecidas estão “Ai, Que Saudade D’Ocê”, eternizada na voz de Elba Ramalho, e “Veja”, popularizada por Geraldo Azevedo.