A fadiga que carregamos não é aquela que se vê nos olhos inchados ou nas costas curvadas. Não é o cansaço das horas extras, das noites mal dormidas ou dos dias que se estendem além do relógio. É algo mais profundo, mais silencioso, mais insidioso. É o cansaço de viver sem viver, de existir sem sentir, de caminhar sem saber para onde.
O que mais nos esgota não é o trabalho que acumulamos, mas a rotina que nos consome. É o despertador que toca sempre no mesmo horário, o café que já não tem gosto, o trajeto que já não tem paisagem. É o vazio que se instala entre um compromisso e outro, entre uma tarefa e outra. É a sensação de que os dias se repetem, mas a vida não avança.
O que mais nos cansa não é o excesso, mas a falta. A falta de algo que nos faça acordar com vontade de levantar, de algo que nos faça sorrir sem motivo, de algo que nos faça sentir vivos. O que mais nos cansa é viver um pouco, só um pouco, sem nunca mergulhar de cabeça naquilo que realmente importa.
O que realmente nos esgota é viver sem sonhos. Sem aquela chama que nos mantém em movimento, sem aquela luz que nos guia nos dias mais escuros. Sonhos não são apenas desejos distantes ou metas inalcançáveis. São o que nos faz levantar quando caímos, o que nos faz continuar quando tudo parece perdido. São o que dá cor aos dias cinzentos, o que transforma o ordinário em extraordinário.
E, no entanto, quantos de nós vivemos sem sonhos? Quantos de nós nos contentamos com a mediocridade, com a segurança do conhecido, com a comodidade do previsível? Quantos de nós deixamos que a rotina nos engula, que o vazio nos domine, que o cansaço nos paralise?
Mas há uma saída. Sempre há. Basta olhar para dentro e encontrar aquilo que nos move, aquilo que nos faz vibrar, aquilo que nos faz sentir vivos. Basta resgatar os sonhos que deixamos para trás, ou criar novos, se for preciso. Basta dar um passo, mesmo que pequeno, na direção daquilo que realmente importa.
Porque a vida não é feita apenas de trabalho e obrigações. É feita de momentos, de conexões, de experiências. É feita de sonhos, grandes ou pequenos, que nos mantêm em movimento, que nos fazem sentir parte de algo maior.
Então, se você está cansado, pare. Respire. Olhe para dentro. Encontre o seu sonho, aquele que faz seu coração bater mais forte, aquele que dá sentido aos seus dias. E vá atrás dele, com toda a força que você tem. Porque no final das contas, é isso que nos mantém vivos. É isso que nos faz sentir que valeu a pena.
O cansaço que sentimos não é tanto do trabalho acumulado, mas de um cotidiano feito de rotina e de vazio. O que mais cansa não é trabalhar muito. O que mais cansa é viver um pouco. O que realmente cansa é viver sem sonhos. Mas, com sonhos, até o cansaço pode se transformar em combustível para seguir em frente.
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