A Traive, agfintech que conecta fundos de investimento com grupos de distribuição de insumos, estreou um marketplace de crédito rural. A plataforma é a aposta da empresa para aproximar o mercado de capitais das revendas e cooperativas que demandam recursos para financiar produtores.
A primeira fase, diz Fabricio Pezente, cofundador e CEO, será restrita a dez revendas e sete agentes financeiros. “É um modelo inédito com análise de risco e financiamento digital. Há R$ 5 bilhões em ativos para serem vendidos pelas revendas e R$ 5 bilhões nos bancos e gestoras.”
Até o segundo semestre, o marketplace deve ser aberto ao mercado. Por enquanto, as transações serão limitadas a recebíveis, e, mais à frente, Cédulas de Produto Rural.
Apetite no mercado
Pezente diz que o marketplace surge em momento de maior seletividade na concessão de crédito ao agro e interesse do mercado de capitais por ativos selecionados.
“Esperamos maior procura no 3.º trimestre, com compras de insumos para a próxima safra”, projeta.

A Traive faz a ponte entre investidores financeiros e empresas do agro, como fabricantes de insumos, tradings e distribuidores. Foto: Foto: Rafael Arbex / ESTADÃO
Avanço aqui e lá fora
A Traive espera intermediar ao menos R$ 2 bilhões até o fim do ano com as operações em andamento, sem contabilizar as transações do marketplace. Em 2024, chegou a R$ 1 bilhão.
Neste ano, após entrar no México e na Colômbia, o foco será impulsionar a operação no Brasil, onde atua com 60 grupos de distribuição.
Pulveriza
A Ajinomoto do Brasil aposta na variedade de culturas agrícolas atendidas por seus fertilizantes especiais para crescer dois dígitos em faturamento no agronegócio este ano.
O resultado mais recente, do ano fiscal de 2023, foi de R$ 3,3 bilhões, dos quais o agronegócio representou 10% a 20%, diz César Vilela, gerente da área. Dos produtos da Ajinomoto, 35% vão para café, 45% para frutas, 15% para legumes e verduras e 5% para grãos e outras culturas.
Concorrência
A Ajinomoto prevê alcançar, até 2030, 3% de market share nacional em fertilizantes especiais, ante 1% a 2% hoje. Segundo a empresa, atualmente são 600 players no mercado deste tipo de fertilizantes.
Os produtos da Ajinomoto são fabricados nas unidades de Limeira e Laranjal Paulista (SP) e distribuídos entre 250 revendas no País.
Vento a favor
A Caramuru Alimentos prevê produção recorde de girassol em 2025, de 70 mil toneladas. A área plantada cresceu 11%, para 53 mil hectares, e recebeu chuvas bem distribuídas, além de insumos produzidos com novas tecnologias.
A Caramuru é líder no segmento de óleo de girassol. A oleaginosa, utilizada em sistemas de rotação de culturas com grãos como soja e milho, é cultivada em Goiás e no Triângulo Mineiro.
A demanda pede
A marca de azeite Sabiá fechou acordo para manejar mais 100 hectares de oliveiras em Encruzilhada do Sul (RS), área que vai se somar aos 110 hectares próprios na região e 16 hectares na Serra da Mantiqueira (SP). A produção anual saltará de 15 mil para 30 mil litros de azeite até 2026, com a importação de equipamentos espanhóis que reduzirão o tempo de colheita.
“Nunca terminamos um ano com azeite no estoque”, diz Bob Vieira da Costa, o proprietário e produtor, sobre a demanda crescente pelo produto nacional. Desde 2014, a Sabiá investiu R$ 25 milhões na produção.
In loco
Um grupo de 20 empresários brasileiros desembarca em Angola nesta semana. O objetivo é “conhecer as potencialidades e prospectar investimentos em máquinas, sementes, silos e agricultura”, diz Carlos Ernesto Augustin, assessor especial do Ministério da Agricultura, que coordena a comitiva com a Embaixada de Angola no Brasil.
A ideia, complementa, é que o grupo possa fazer um investimento milionário conjunto no país africano.
Abimaq prevê crescimento de 8,2% nas vendas este ano
A Abimaq, que representa a indústria de máquinas, prevê crescimento de 8,2% nas vendas de equipamentos para o campo neste ano.

Abimaq prevê crescimento nas vendas de máquinas agrícolas neste 2025
“Mais do que isso, será preciso esperar o Plano Safra”, diz Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da entidade, durante a Agrishow, feira encerrada na semana passada em Ribeirão Preto (SP).
CNA debate impactos da nova geopolítica no agro
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil discute o “Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical” em evento amanhã em São Paulo.
Os debates permearão desafios e oportunidades para o agro brasileiro com as mudanças no comércio global. O evento é fruto de parceria entre o Estadão e a Broadcast. / COM ISADORA DUARTE, AUDRYN KAROLYNE, LEANDRO SILVEIRA e GABRIEL AZEVEDO