Um balanço divulgado pela polícia da Suécia nesta quarta-feira (5) confirmou que o atirador que atacou um centro de ensino para adultos na véspera matou dez pessoas antes de cometer suicídio. A polícia descartou motivação por razões ideológicas.
O suspeito atirou na polícia quando eles chegaram à escola e provavelmente se matou em seguida, disseram as autoridades. “Muitos elementos apontam na direção de um suicídio”, afirmou o comandante da polícia de Orebro, Roberto Eid Forest, em uma entrevista coletiva.
O autor não era conhecido pela polícia, que tenta determinar a motivação do crime. “No momento não há indícios de “motivos ideológicos”, disse Forest. O atirador teria agido sozinho.
A polícia não informou o número exato de feridos, nem a gravidade de suas lesões. As autoridades regionais afirmaram apenas que seis pessoas foram internadas por ferimentos provocados pelos tiros.
De acordo com o canal TV4, a polícia executou uma operação de busca na casa do atirador em Orebro na terça. Segundo a emissora, ele era um homem de 35 anos, com licença de porte armas e sem antecedentes criminais.
A polícia disse ainda que o atirador não tinha conexão com gangues. Ele havia mudado seu sobrenome vários anos atrás, sem indicação clara do motivo.
O jornal Aftonbladet, que citou pessoas próximas ao suposto criminoso, afirma que ele vivia recluso, não tinha emprego e estava afastado de parentes e amigos. A publicação afirmou ainda, citando fontes não identificadas, que o agressor escondeu sua arma em uma caixa “em forma de guitarra” e trocou de roupa no banheiro da escola antes de começar a atirar.
O massacre aconteceu durante a tarde no campus Risbergska. Dois professores afirmaram ao jornal Dagens Nyheter que ouviram tiros nos corredores. “No começo foram muitos tiros, então a calma voltou por meia hora, antes de começar de novo”, disse Patrik Soderman. “Ficamos deitados embaixo das mesas”, completou Miriam Jarlevall.
Os alunos do centro para adultos e das escolas próximas ficaram confinados por várias horas. Uma adolescente que estuda nas imediações disse que viu corpos no chão diante do centro de ensino, além de pessoas em pânico e chorando.
O rei Carl 16 Gustaf e sua mulher, Silvia, assim como o primeiro-ministro Ulf Kristersson, foram até a cidade de Orebro nesta quarta para conferir o cenário do massacre, que fica 200 quilômetros ao oeste de Estocolmo. A rainha, de origem brasileira, carregava um buquê de flores brancas nos braços.
“O processo de luto é difícil de fazer sozinho”, disse o rei aos repórteres após colocar as flores brancas em um local memorial com velas perto da escola. “Acho que toda a Suécia sente que experimentou este evento traumático.”
As bandeiras estavam a meio mastro em Orebro, cidade com pouco mais de 100 mil habitantes, assim como no parlamento e no palácio real em Estocolmo.
O ataque foi o pior massacre na história da Suécia, afirmou Kristersson, que admitiu que “há muitas perguntas para responder”. “Mas chegará o momento em que saberemos o que aconteceu, como aconteceu e quais as motivações.”
Velas e flores foram colocadas perto da escola, onde policiais continuavam suas investigações. Policiais ficaram nas proximidades sob um céu cinzento.
Muitos estudantes no sistema de educação de adultos da Suécia são imigrantes em busca de qualificações para ajudá-los a encontrar empregos no país nórdico, enquanto aprendem sueco. A escola onde o ataque ocorreu ensina adultos que não concluíram a escola ou estão buscando notas mais altas para acessar o ensino superior. Está localizada em um campus que também abriga escolas para crianças.
Apesar de raros, há precedentes de ataques contra escolas no país. Em março de 2022, um estudante de 18 anos matou a facadas dois professores em uma escola de ensino médio na cidade de Malmo, sul do país.
Em outubro de 2015, três pessoas morreram em um ataque racista em uma escola na cidade de Trollhattan, oeste do país. O criminoso, que estava armado com uma espada, foi morto pela polícia.
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