O funcionário do Banco do Brasil preso com R$ 1,5 milhão, Eduardo Barbosa Oliveira, de 43 anos, e a esposa, Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos, planejaram detalhes do crime e da fuga. A Polícia Civil do Espírito Santo divulgou, nesta quinta-feira (21), imagens do suspeito na agência no dia do furto e detalhes sobre a investigação.

Segundo a polícia, alguns fatos chamam a atenção na ação do casal, como a alteração da senha do cofre da agência, a compra do carro utilizado na fuga também com dinheiro furtado e a preparação de uma mudança, com objetos da casa embalados e quitação de dívidas.

Fuga e prisão

A dupla foi presa pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na última segunda-feira (18), no Rio Grande do Sul, após dirigir por 2200 km, de Vitória até Santa Cruz, cidade gaúcha. Os dois estavam a, aproximadamente, 247 km da fronteira do Brasil com o Uruguai, destino traçado para a fuga.

Imagens de câmeras de segurança da agência divulgadas pela Polícia Civil mostram a movimentação de Eduardo no dia do crime, quando o homem sai da agência com uma caixa de papelão nas mãos. Era fim do expediente, por volta das 17h, na quinta-feira (14). De acordo com a polícia, dentro da caixa, estava o dinheiro furtado da tesouraria.

Concursado há 12 anos

Eduardo Barbosa era funcionário concursado e trabalhava no banco há 12 anos, atualmente, na Agência Estilo, na Praia do Canto, em Vitória.

O trabalho dos investigadores começou após a gerente da Agência Central do Banco do Brasil, em Vitória, procurar a polícia, na tarde desta segunda-feira (18), e registrar uma ocorrência.

“Fomos à agência, na Praia do Canto, e percebemos que, de fato, havia sido subtraído um valor de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Quando visualizamos imagens das câmeras vimos que se tratava de um gerente da instituição. Não tivemos acesso ao cofre, porque além de furtar, ele também trocou a senha”, contou o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e titular da Delegacia Especializada de Roubo a Banco (DRB), delegado Gabriel Monteiro.

Carro da fuga comprado com dinheiro furtado

Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos, de roupa roxa, esteve na agência do marido no dia do crime. — Foto: PCES

Imagens das câmeras de segurança também mostram que, no dia do crime, Paloma esteve na agência para depositar o valor de R$ 74 mil. De acordo com a investigação, esse valor também foi furtado do banco e foi utilizado para comprar o veículo utilizado na fuga.

Para descobrir o modelo do carro em que o casal fugiu, os policiais foram à concessionária onde Paloma fez a compra e conseguiram identificar a placa do automóvel.

De posse dessas informações, que foram compartilhadas com PRF, o casal foi preso em menos de três horas após a denúncia.

“A descoberta e a expertise dos policiais para identificar que esse numerário foi para comprar um carro e, rapidamente, perceber que esse carro foi passado para o nome do Eduardo, ajudou muito prendê-los e a recuperar o dinheiro”, afirmou o delegado.

Pertences embalados e mudança planejada

Com o furto consumado e o dinheiro fora da agência, Eduardo e Paloma prepararam a mudança para o país vizinho e cuidaram de questões como embalar os pertences do imóvel onde moravam, quitar uma dívida da compra de um outro carro que adquiriram juntos.

Toda a mudança teria acontecido ainda no sábado (16), enquanto o casal se preparava para fugir para o Uruguai. Com os dois, no carro, no momento da prisão também estavam dois animais de estimação, um cachorro e um gato.

Segundo o delegado Gabriel Monteiro, a forma como os suspeitos agiram reforça a ideia de que todo o crime havia sido premeditado.

“Na delegacia, ele se reservou ao direito de ficar em silêncio, mas com todo esse material probatório não resta dúvida de que ele estava querendo fugir com o esse numerário. O que causou estranheza, pois era um indivíduo que ocupava uma função alta no banco, com salário bom”, encerrou o delegado.

A polícia também apreendeu R$ 20 mil reais com a ex-esposa do Eduardo. Ele entregou o valor para a mulher antes de fugir. Segundo a ex, o dinheiro era referente a um acordo do divórcio.

Os valores furtados da agência e o carro comprado para a fuga foram devolvidos para o Banco do Brasil. O funcionário e a atual companheira foram presos em flagrante pelos crimes de receptação, furto continuado e tentativa de evasão de divisas.

O casal está preso no Rio Grande do Sul, mas deve ser transferido para o Espírito Santo em data que não foi divulgada.

g1 tenta contato com a defesa dos suspeitos. O espaço está aberto para o posicionamento dos dois citados.

Integração entre polícias possibilitou localização do casal

O superintendente regional da PRF no Espírito Santo, Wemerson Pestana, explicou que a instituição foi informada sobre o caso pela Polícia Civil.

“A gente recebeu informações da Polícia Civil do Espírito Santo, nós temos um trabalho de integração com a delegacia de roubo a banco, que entrou em contato e, a partir daí, de posse dessas informações, a nossa equipe começou a monitorar o possível veículo que esse funcionário poderia estar de posse. Foi aí que a gente conseguiu identificar o veículo já no Rio Grande do Sul”, explicou Pestana.

Segundo o superintendente, Paloma confessou o crime e confirmou que o casal tentava fugir do país.

Ao todo, os agentes contabilizaram:

“Ela falou que realmente o dinheiro pertencia ao banco, que houve o furto e eles estavam fugindo. Eles estavam indo para o Uruguai, na divisa com o Rio Grande do Sul, inclusive levando dois animais de estimação”.

Sobre o caso

O homem de 43 anos, funcionário do Banco do Brasil, e a companheira, de 29, foram presos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-158, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, na tarde de segunda-feira (18).

Eles transportavam R$ 1,5 milhão em dinheiro furtado de uma agência no Espírito Santo, segundo investigação.

O casal, que seguia viagem em um Jeep Renegade, foi interceptado após informações indicarem que o homem estaria em fuga com o valor desviado. Os dois, ambos nascidos no Espírito Santo, foram apresentados à polícia judiciária. As cédulas e o veículo foram apreendidos. Do g1.