O paraibano Tércio Arnoud Thomaz, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.

A PF acusa Tércio e mais 36 pessoas de envolvimento em crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa, que teriam como objetivo subverter a ordem constitucional do país.

Tércio, que foi suplente de Bruno Roberto na chapa ao Senado Federal pela Paraíba em 2022 pelo Partido Liberal (PL), figura entre os 37 indiciados pela PF, incluindo nomes de peso do núcleo bolsonarista, como o próprio ex-presidente Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Segundo a investigação, os acusados articularam ações para minar a democracia e promover um ambiente favorável à ruptura institucional.

O nome de Tércio Arnoud já havia sido associado a outras denúncias, incluindo suspeitas de operar perfis falsos em redes sociais durante seu expediente no Palácio do Planalto, o que gerou uma representação contra ele na Comissão de Ética da Câmara.

Quem é Tércio Arnaud?

Tércio Arnaud é de Campina Grande e foi descoberto por vereador Carlos Bolsonaro entre 2013 e 2014 após a página “Bolsonaro Opressor” no Facebook ter ganhado visibilidade. Ele a usava para atacar, por meio de memes, os adversários do então deputado federal, além de fazer elogios a Bolsonaro.

Tércio é formado em Biomedicina e trabalhou como recepcionista em um hotel. Com a vitória de Bolsonaro na eleição de 2018, ele também foi um dos primeiros a ser nomeados como assessor especial da Presidência com um salário de quase R$ 14 mil, mesmo sem experiência prévia em política.

Trajetória de Tércio na política

Tércio Arnaud foi assessor especial de Jair Bolsonaro nos primeiros anos de gestão. Ele também administrou as redes sociais de Bolsonaro na eleição de 2018. Antes, trabalhou no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no cargo de auxiliar de gabinete.

Ele se desincompatibilizou do cargo de assessor de Bolsonaro para poder disputar as eleições na Paraíba como suplente de senador em 2022. Logo após perder a eleição, Tércio foi renomeado para o cargo de assessor, ainda em outubro de 2022.

Nas eleições de 2022, Bruno Roberto, de quem Tércio era primeiro suplente, ficou apenas em quinto lugar. Ele obteve 231.968 votos, o que correspondeu a 11,58% dos votos válidos. O vencedor foi Efraim Filho (UB), que obteve 617.477 votos (30,82%).

Veja a lista:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem
  4. Almir Garnier Santos
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça
  7. Anderson Lima de Moura
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva do Exército
  10. Bernardo Romão Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabrício Moreira de Bastos
  16. Filipe Garcia Martins
  17. Fernando Cerimedo
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Hélio Ferreira Lima
  21. Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República, ex-deputado, ex-vereador do Rio de Janeiro e capitão da reserva do Exército
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergililo
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel do Exército (afastado das funções na instituição)
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Junior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto
  36. Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022, general da reserva do Exército
  37. Wladimir Matos Soares