Em um cenário cultural marcado por desigualdades e silenciamentos, a figura de Viktor Makeba se destaca como um farol de esperança e resistência. Ativista social e idealizador do “Festival A Cena do Lado de Fora da Cena”, Makeba tem se dedicado a dar voz à cultura negra e periférica LGBTQIAPN+ da cidade, um espaço que frequentemente é ignorado pela grande mídia e pelas esferas de poder.

O festival, que acontece nos dias 1, 2 e 3 de novembro, tem como principal objetivo promover a diversidade cultural e celebrar as narrativas autênticas da periferia. Em suas edições anteriores, o evento trouxe à tona a riqueza musical e artística das comunidades, ressaltando as lutas e conquistas dos artistas locais como Vetto, Mchyrlla, Preto A, Mallu Morena, Brendson, Pertinaz, entre outros. “A periferia canta seus amores e suas dores”, afirma Makeba, enfatizando a importância de dar visibilidade às experiências vividas por aqueles que habitam esses espaços.

Makeba acredita que a arte é uma ferramenta poderosa para a transformação social. Ao criar um ambiente onde artistas periféricos podem se apresentar e compartilhar suas histórias, ele não apenas fortalece a cultura local, mas também promove um sentido de pertencimento e identidade entre os moradores. O festival se torna, assim, um espaço de resistência contra o racismo e a marginalização que muitas vezes afetam esses artistas em suas vidas cotidianas.

O festival é um debate constante sobre temas relevantes para a comunidade, como igualdade racial, inclusão social e direitos humanos. Essa abordagem holística permite que o evento funcione como um verdadeiro catalisador para mudanças sociais significativas.

Viktor Makeba é mais do que um organizador; ele é um agente de mudança. Sua identificação pela cultura negra e LGBTQIAPN+ e seu compromisso com a justiça social fazem dele uma figura essencial na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. O “Festival A Cena do Lado de Fora da Cena” não é apenas um evento cultural; é uma celebração da resistência, uma afirmação de identidade e uma plataforma para vozes que precisam ser ouvidas.

À medida que o festival se aproxima, as expectativas crescem. A comunidade está pronta para celebrar sua cultura rica e vibrante, unindo-se em torno da música que expressa suas vivências. E sob a direção artística de Viktor Makeba, João Pessoa se prepara para viver momentos inesquecíveis nos dias 1, 2 e 3 de novembro.

Viktor Makeba é uma figura multifacetada na cena cultural de João Pessoa, cuja trajetória é marcada por um compromisso incessante com a música e a inclusão social. Ao longo dos anos, ele teve uma presença significativa em várias orquestras da cidade, onde não apenas atuou como músico, mas também como um artista inspirador. Sua habilidade em unir diferentes estilos e influências musicais tem sido fundamental para a promoção da cultura local na cidade de João Pessoa.

Como diretor musical do grupo de frevo “Frevoada”, Makeba trouxe novas dinâmicas à tradicional música pernambucana, revitalizando o frevo e adaptando-o para o público contemporâneo. Sob sua direção, o grupo não apenas preservou a essência do gênero, mas também explorou novas sonoridades que atraíram tanto os amantes da música tradicional quanto os jovens em busca de inovação. Levou para as escolas da rede municipal da cidade de o espetáculo interativo de frevo “Passo da Saudade” dirigido artísticamente pela professora da Universidade Federal da Paraíba Valeria Vicente. Essa fusão de tradições é um reflexo do próprio Viktor, que sempre buscou conectar passado e presente em sua obra.

Além de seu trabalho com o frevo, Makeba foi uma figura importante ao ser diretor artístico da 20ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN de João Pessoa. Esse evento se tornou um marco importante na luta por direitos e visibilidade da comunidade LGBTQIAPN na Paraíba, contratando simultaneamente mais de 40 artistas em todo o Estado. Ao organizar a parada, ele garantiu que as vozes diversas da comunidade fossem ouvidas e celebradas, promovendo um espaço seguro e acolhedor para todas as identidades.

Em 2021, Viktor também foi o idealizador do primeiro festival LGBTQIAPN do Estado da Paraíba, que aconteceu simultaneamente com a 20° Parada, um evento que representou um passo significativo na promoção da diversidade e inclusão no cenário cultural local.
A trajetória de Viktor Makeba é uma prova de que a arte pode ser uma ferramenta poderosa para a transformação social. Sua dedicação à música e à cultura, aliada ao ativismo pelos direitos sociais, faz dele uma referência não apenas em João Pessoa, mas em todo o estado da Paraíba. Através de suas iniciativas, ele continua a abrir caminhos para que vozes diversas sejam ouvidas e celebradas, contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva.

Com certeza! Viktor Makeba é oriundo do bairro de Mangabeira, em João Pessoa/PB, e essa origem periférica desempenhou um papel fundamental em sua trajetória. Crescer em uma comunidade com desafios sociais e econômicos moldou sua visão de mundo e sua abordagem à música e à arte. Desde cedo, ele teve a oportunidade de participar de projetos sociais ligados à música nas escolas, que foram cruciais para seu desenvolvimento artístico e pessoal.

Esses projetos não apenas o introduziram ao universo musical, mas também lhe proporcionaram uma plataforma para expressar sua criatividade e paixão pela arte. Eles demonstram como a música pode ser uma ferramenta poderosa de transformação, oferecendo oportunidades e esperança para jovens em contextos vulneráveis. Através dessas experiências, Viktor aprendeu a importância da inclusão e da valorização das vozes marginalizadas, algo que ele carrega consigo em todos os seus empreendimentos.

Sua trajetória é uma inspiração para muitos jovens da periferia que sonham em fazer a diferença por meio da arte. Viktor Makeba é um exemplo claro de que, independentemente das circunstâncias, é possível alcançar grandes realizações e impactar positivamente a comunidade ao redor. Com seu trabalho nas orquestras, no grupo “Frevoada”, na Parada do Orgulho LGBTQIAPN e no festival LGBTQIAPN da Paraíba, ele continua a mostrar que as raízes periféricas podem florescer em grandes realizações culturais e sociais.

A trajetória de Viktor Makeba no Grupo Mosayco é um capítulo vibrante e enriquecedor em sua carreira musical. O grupo que tem sua direção músical assinada pelo guitarra flamenco e professor do Instituto Federal da Paraíba – Campos Monteiro, Cyran Costa, se dedica à exploração da “música do mundo”, utilizando a cultura flamenca como ponto de partida para compreender e conectar os diversos processos da música latino-americana. Essa abordagem permite uma rica fusão de estilos e influências, refletindo a diversidade cultural que caracteriza a América Latina. Compõem também esse brilhante grupo, a flautista Thallyana Barbosa e o Violinista Rainer Patriota.