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Entre o passado e o futuro: Conheça histórias ainda não reveladas nos monumentos de João Pessoa

João Pessoa, a terceira cidade mais antiga do Brasil, celebra seus 439 anos e guarda uma história rica e que nunca parou no tempo, sempre dinâmica, fluindo bons ventos. Entre ruas e avenidas, a capital paraibana esconde verdadeiros tesouros que, m

Por chicolobo

05/08/2024 12h50 Atualizado recentemente

João Pessoa, a terceira cidade mais antiga do Brasil, celebra seus 439 anos e guarda uma história rica e que nunca parou no tempo, sempre dinâmica, fluindo bons ventos. Entre ruas e avenidas, a capital paraibana esconde verdadeiros tesouros que, mesmo alguns escondidos pelo tempo, continuam a narrar a trajetória de uma cidade que une o passado e o futuro em harmonia.

Nesta jornada de 439 anos, o Portal Correio vive há mais de 20. Para recontar parte dessa trajetória mais de quatro séculos visitamos dez pontos históricos que, embora alguns muitas vezes esquecidos, são pilares da memória coletiva de uma cidade antiga pelo tempo e nova pela construção incansável de um futuro promissor, sendo aqui “uma terra muito boa, que em se plantando tudo dá”.

Cada local carrega não apenas tijolos e pedras, mas vidas, eventos e mudanças que moldaram João Pessoa ao longo dos séculos. Ao caminhar por esses espaços, percebemos que a cidade não apenas lembra de onde veio, mas também olha para onde vai, contornando o passado e enxergando um futuro promissor. 

Neste passeio, convidamos a todos a redescobrir a essência de João Pessoa, mergulhando em histórias que, embora silenciadas pelo ritmo urbano, continuam a ecoar em cada esquina, praça e monumento.

Santa Casa da Misericórdia

A Santa Casa da Misericórdia, no coração do centro histórico, é mais que uma edificação da memória do Brasil colonial e tem um testemunho de séculos de cuidados e compaixão. A Igreja da Misericórdia, ao lado, guarda segredos de fé e devoção que resistiram ao tempo, oferecendo abrigo espiritual e histórico.

No andar de cima da Igreja da Misericórdia, existe um espaço onde é guardado instrumentos médicos que eram utilizados no século 19. Recentemente, através de um convênio com a Universidade Estadual da Paraíba, a igreja vai transferir toda a documentação escrita, muitos prontuários médicos de mais de 300 anos, para serem restaurados. Um trabalho que vai levar pelo menos 20 anos para ser concluído. 

É um projeto que deve se estender por pelo menos 20 anos. A massa documental que temos aqui não é para uma geração, são para várias gerações, até pelo estado dessa documentação, além disso, são documentos do século 19 e nem todo mundo atualmente sabe ler esse tipo de informação, explica Ramsés Nunes, historiador, coordenador do curso de arquivologia da UEPB.

A edificação da Igreja da Misericórdia foi restaurada e na parede foi deixado uma espécie de cronologia histórica deixando evidente a quantidade de pintura e restauro que foi feito na estrutura física. 

Na área externa, há prédios comerciais no lugar onde funcionava o cemitério da Santa Casa da Misericórdia. Atualmente funciona uma agência bancária e uma loja. Um dos ícones preservados da Igreja é a janela, no lugar funcionava uma espécie de roleta, onde eram colocadas crianças recém nascidas para serem cuidadas pelas irmãs da Santa Casa. Elas não poderiam ter sua maternidade e paternidades reveladas, em razão de vários fatores sociais.

Marco Zero, Praça Dom Ulrico

O Marco Zero, situado na Praça Dom Ulrico, é o ponto de partida da cidade. Este local, muitas vezes desconhecido pelos próprios habitantes, marca o nascimento de João Pessoa, um lugar onde história e modernidade se encontram. É um convite a refletir sobre o próprio chão, as raízes firmadas de cada pessoense.

Praça Rio Branco

Na Praça Rio Branco, o movimento cotidiano esconde um passado de encontros e decisões políticas que moldaram a Paraíba. Este espaço é um palco onde a cidade se reunia para discutir, celebrar e transformar, revelando a força da participação popular.

Mausoléu de Anthenor Navarro

O Mausoléu do ex-interventor Anthenor Navarro, no Cemitério da Boa Sentença, guarda mais que restos mortais; é um monumento à liderança e à controvérsia. Navarro, figura influente, ainda desperta debates sobre sua era e seu impacto na história local.

O Mausoléu do ex-interventor Anthenor Navarro, no Cemitério da Boa Sentença, guarda mais que restos mortais; é um monumento à liderança e a imponência perpetuada através da história e representada pelos traços da arquitetura. O local tornou-se um verdadeiro monumento que se destaca em meio a um cenário fúnebre. 

Anthenor Navarro chegou a assumir o posto de presidente da Paraíba durante a revolução de 1930 e uma das obras concluídas em sua gestão foi o porto de cabedelo.

Ele faleceu em 1932, após um acidente aéreo na Bahia e na época causou grande comoção no Brasil. 


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Além do marco arquitetônico e histórico representado pelo mausoléu de Anthenor Navarro, o ex-interventor é homenageado com o nome de uma praça e lá o colorido dos casarios de art décot.

Hotel Globo

O Hotel Globo, com sua vista privilegiada do Rio Sanhauá, foi um dos primeiros grandes hotéis da cidade. Hoje, silencioso, guarda memórias de uma época de glamour e importantes eventos sociais, sendo um ponto nostálgico na evolução urbana de João Pessoa.

Porto do Capim

O Porto do Capim, outrora um vibrante ponto de comércio e integração, hoje é um retrato de resistência e história. Suas margens abrigam histórias de trabalho, cultura e luta pela preservação de um patrimônio que, apesar do esquecimento, continua vivo, inclusive à espera do tão sonhado projeto de revitalização. Foi nesse local onde a história da Paraíba se firmou e João Pessoa cresceu.

A Fonte dos Milagres

A Fonte dos Milagres, escondida entre as construções modernas, é um santuário de fé. As águas que brotam desta fonte são testemunhas de promessas, esperanças e curas que, ao longo dos anos, atraíram fiéis e curiosos em busca de bênçãos.

Monumento Rosa dos Ventos

O Monumento Rosa dos Ventos, no Cabo Branco, aponta para todas as direções, simbolizando a conexão de João Pessoa com o mundo. Este ponto, onde o sol nasce primeiro nas Américas, é um marco de orientação e beleza natural, atraindo visitantes e moradores. No local, atualmente, não há mais o bastão que apontava para a África, mas a vegetação ocupou o seu lugar demarcando um território iluminado pelo sol e aplaudido por quem visita.

Monumento a Pedra do Reino

O Monumento a Pedra do Reino, inspirado na obra de Ariano Suassuna, é uma homenagem à cultura nordestina. Este símbolo literário e artístico é um tributo à imaginação e à resistência cultural, enraizado no solo paraibano, na capital onde o Sol Nasce Primeiro.

Centro Cultural São Francisco

O Centro Cultural São Francisco, é um dos únicos monumentos históricos do Brasil  que preserva um relógio solar. O complexo é um exemplo de arquitetura e arte sacra e um dos mais significativos do Brasil. Por aqui estão preservados séculos de história, fé e cultura, sendo um verdadeiro museu a céu aberto em João Pessoa e sua arquitetura se destaca como um dos legados mais notáveis do Barroco no Brasil.

Os franciscanos quando chegaram na Paraíba erigiram um pequeno convento, apenas com 12 celas, eram poucos frades e a partir daí eles foram construindo e toda essa edificação levou 200 anos para ser concluída, conta o Padre Marcondes Meneses, diretor do Centro Cultural São Francisco.

O Centro Cultural São Francisco recebe visitantes do mundo inteiro para contemplar a arte barroca e a fé através de seus monumentos e histórias que ainda estão por revelar.

Muitos quando chegam aqui vêm procurar sobre a história do túnel que começa na capela mortuária e vai chegar em Cabedelo. É o que se conta, mas se quem quiser compreender como é isso precisa vir aqui para visitar, afirma Padre Marcondes.

O túnel seria a extensão da capela mortuária e no local guarda túmulos de antigos franciscanos. Um lugar sagrado e de oração, onde também estão preservados pedaços de pisos revestidos com mirra que exala um perfume há mais de 4 séculos.

“Eu fiquei muito impressionado com o que vi aqui. Com a beleza, com tudo que há aqui dentro. Nunca vi nada parecido nos lugares que já passei. É emocionante. Revela Raimundo César, turista do Maranhão.

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