Políticos da oposição boicotaram as últimas eleições alegando fraude. Desta vez, superaram divisões profundas para se unirem em torno de um único candidato.
Oposição na Venezuela
O nome da oposição que representa a tentativa de mudança é Edmundo González, ex-diplomata de 74 anos. Ele encabeça a chapa da coalizão “Plataforma Unitária Democrática (PUD)”. A nomeação dele foi feita após as opositoras María Corina Machado e Corina Yoris serem impedidas pelo regime de Maduro de concorrer.
González atraiu um apoio significativo, inclusive de antigos apoiadores do partido governante. Entretanto, a oposição e alguns observadores questionaram se a votação será justa. O Conselho Nacional Eleitoral, equivalente brasileiro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é controlado por Maduro, que também tem ascendência sobre o Legislativo e o Judiciário.
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González e María Corina têm instado os eleitores a votar cedo e a manter “vigílias” nas seções eleitorais até que elas fechem. Eles disseram que esperam que os militares respeitem os resultados da votação.
Os militares da Venezuela são apoiadores de Maduro. O Ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, disse que as Forças Armadas respeitarão o resultado, previsto para sair entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira (29).
Maduro argumenta que a Venezuela tem o “sistema eleitoral mais transparente do mundo”.
“Embora seja pouco provável que as eleições na Venezuela sejam livres ou justas, os venezuelanos têm a melhor oportunidade em mais de uma década para eleger o seu próprio governo”, disse Juanita Goebertus, diretora da Divisão das Américas da Human Rights Watch, à AFP.
O Brasil acompanha com atenção os resultados. O assessor especial para a política externa, Celso Amorim, estará na Venezuela como representante do governo brasileiro. A ideia é contribuir com uma eleição “correta e limpa”, disse ele ao blog da jornalista Andréia Sadi. Lula é um aliado histórico de Maduro, embora nos últimos dias os dois tenham trocado farpas.
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