George e André chegam para os Jogos Olímpicos de Paris no auge de suas carreiras. Depois de baterem na trave em Tóquio e ficarem como dupla reserva, os dois conseguiram os resultados que os credenciaram para garantir uma vaga na Olimpíada deste ano. Agora, para irem em busca de uma medalha inédita, o paraibano e o capixaba acreditam que a longevidade da parceria pode ser um diferencial.

A dupla está junta desde 2019. Comandados pelo técnico Ernesto Vogado e treinando no CT Cangaço, em João Pessoa, George e André conseguiram se consolidar com um trabalho que rendendo frutos nos últimos anos. Em um cenário que a troca de duplas está sendo constante, os dois resolveram ir adotar um caminho diferente.

“A gente acredita que esse é o melhor modelo de trabalho, que é a continuidade de um trabalho. É isso que no Brasil havia há um tempo atrás, com o Ricardo e Emanuel. Os estrangeiros estão copiando o Brasil e ficando um tempo junto. A gente só reeditou essa situação explicando que vai ter momentos bons e momentos ruins, mas a continuidade do trabalho que dá um entrosamento que faz com que alcancemos as melhores colocações”, explicou o técnico Ernesto Vogado.

Passar por momentos e bons ruins ao longo dos últimos cinco anos, ajudaram que George e André se conhecessem ainda mais e construíssem um entrosamento essencial em uma modalidade que um depende do outro mais do que nunca.

“É algo muito particular meu e do André, porque era algo que não acontecia muito no Brasil, houveram muitas trocas de times pela qualidade dos jogadores, muitos jogadores bons. Eu acho que a gente deu uma oportunidade para esses altos e baixos, que eu acho que faz parte da carreira de todo o atleta. Eu sei o que fazer quando o André não está muito bem e o que o André tem que fazer quando eu não estou muito bem. Acabamos conhecendo o nervosismo, a ansiedade, de raiva de um do outro. Sabemos como contornar essas situações melhor. Eu acho que isso é um fator essencial dentro do vôlei de praia, já que a gente não tem substituição, somos só nós dois o tempo todo. Acho que a gente vem aprendendo ao longo dos anos e a gente está muito bem firmado”, contou George.

Quando formaram dupla, André Stein estava vindo do Espírito Santo, seu estado natal. Chegar em uma cidade até então desconhecida para o capixaba poderia ser um fator que dificultasse a sua adaptação com a sua nova parceria. Mas o acolhimento fez a diferença.

“Feliz por ter conquistado isso (vaga para Paris) ao lado dele, um amigo fora de quadra. Quando eu vim para João Pessoa, a família dele também me recepcionou, o povo de João Pessoa me recepcionou muito bem, a equipe do CT Cangaço. Feliz que é o auge da nossa dupla e da nossa carreira também. É o maior torneio que um atleta pode almejar a jogar, a gente está muito feliz”, comemorou André.

George e André começam o sonho olímpico no dia 27 de julho. Cabeça de chave do Grupo D, a dupla brasileira estreia diante dos marroquinos Abicha e El Gharoui. Depois, enfrentam os cubanos Alayo e Diaz e fecham a primeira fase contra os estadunidenses Partain e Benesh.

ARENA CORREIO