Os sintomas são geralmente inespecíficos e dependem do tipo de anemia

A anemia acontece quando há uma quantidade reduzida de glóbulos vermelhos saudáveis ou hemoglobina no sangue. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição afeta cerca de 30% da população mundial; número próximo ao apontado pelo Ministério da Saúde no Brasil: 20% das crianças e 29% das mulheres adultas. A doença costuma causar fraqueza, fadiga, palidez, dor de cabeça, falta de ar, e até comprometer a cognição.

De acordo com a hematologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Harsumi Iwamoto, há vários tipos da doença, que podem ocorrer por diversos motivos.

“Há as anemias carenciais, desencadeadas por deficiência de ferro, ácido fólico ou vitamina B12. Há também as que ocorrem devido a problemas na medula óssea, a fábrica do sangue, como é o caso de leucemias, mieloma múltiplo, anemia aplásica ou síndromes mielodisplásicas. Temos também as hereditárias, como a doença falciforme, talassemias, esferocitose hereditária etc. E ainda podemos ter anemia por excesso de destruição das células sanguíneas, conhecido como hemólise, que pode ser tanto de origem hereditária, quanto autoimune”, explica.

Os sintomas são geralmente inespecíficos e dependem do tipo de anemia, do valor da hemoglobina (quanto mais baixo, maior o desconforto) e da velocidade de instalação dessa condição. “Anemias que se desenvolvem de forma insidiosa tendem a ser menos sintomáticas do que aquelas de início súbito, mesmo com valores semelhantes de hemoglobina”, ressalta.

A especialista esclarece que para evitar a anemia são necessários alguns cuidados, como manter uma alimentação adequada, que ofereça uma ampla variedade de micro e macronutrientes, além de evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

“Além disso, há grupos de risco mais suscetíveis, como gestantes, bebês prematuros e crianças de seis meses a dois anos de idade, pois recebem suplementação de ferro de forma profilática; adolescentes, devido ao estirão do crescimento e ao início da menstruação, pessoas que já fizeram cirurgia gástrica e pessoas com doenças disabsortivas, como a doença celíaca”, complementa.

Diagnóstico e tratamento da anemia

O diagnóstico se dá por meio do hemograma, que mostra a presença ou não da doença, mas geralmente são necessários outros exames complementares para diagnosticar qual o tipo. “Podem ser exames de sangue, como dosagem de vitaminas, de produtos de degradação das hemáticas, função tireoidiana, testes sorológicos e, em alguns casos, indica-se o exame da medula óssea, com mielograma ou biópsia”, elucida Hatsumi.

Segundo a médica, o tratamento vai depender da causa do problema. “Como são diversas causas, há inúmeros tratamentos disponíveis. De forma geral, sempre devemos investigar a carência de algum nutriente e fazer a reposição quando necessário. Doenças oncohematológicas geralmente são tratadas com quimioterapia. As doenças hemolíticas autoimunes são manejadas com corticoterapia ou imunossupressores. Para casos graves, pode ser necessária a transfusão de sangue. Mas cada caso deve ser avaliado individualmente”, frisa.

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