Mais de 2.400 farmácias em todo o estado da Paraíba estão sob risco iminente de fechar as portas. O motivo é o Projeto de Lei do Senado, de autoria do senador paraibano Efraim Filho (@efraimfilhopb), que propõe a liberação da venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados e outros estabelecimentos não farmacêuticos.

A medida, que à primeira vista pode parecer vantajosa para o consumidor, representa uma ameaça direta à sobrevivência das farmácias locais, sobretudo as pequenas e familiares, que compõem a esmagadora maioria dos estabelecimentos no estado. Segundo entidades do setor, o impacto pode levar ao fechamento de até 70% das farmácias na Paraíba, com efeitos devastadores para a economia, o emprego e o acesso à saúde.
Empreendimentos familiares sob ataque
As farmácias afetadas não são grandes redes ou multinacionais, mas sim pequenos negócios construídos por famílias e empreendedores locais. Muitas delas estão presentes em regiões onde o acesso à saúde pública é escasso, funcionando como único ponto de orientação e atendimento farmacêutico para milhares de paraibanos.
“Essas farmácias não vendem apenas medicamentos. Elas oferecem orientação, cuidado, acolhimento. São parte da vida das comunidades. Retirar seu sustento é comprometer o atendimento básico em centenas de municípios”, destaca um representante do setor farmacêutico estadual.
Perigo para o Programa Farmácia Popular
Outro impacto alarmante da proposta é a ameaça ao Programa Farmácia Popular, que oferece medicamentos gratuitos ou com alto subsídio para doenças como diabetes, hipertensão e asma. A rede de farmácias credenciadas é essencial para a continuidade do programa — e seu enfraquecimento poderá prejudicar milhões de brasileiros que dependem desse suporte para sobreviver.
Empregos e saúde em risco
Além da função sanitária, as farmácias movimentam a economia local e geram milhares de empregos diretos e indiretos. O possível fechamento de 70% dos estabelecimentos pode provocar uma onda de desemprego, especialmente no interior do estado, ampliando desigualdades sociais e aprofundando a crise econômica.
A quem interessa esse projeto?
A proposta de liberar a venda de MIPs fora das farmácias beneficia grandes redes varejistas, mas ignora os impactos sobre a estrutura de saúde primária, especialmente nas regiões mais vulneráveis. Especialistas alertam que, sem a mediação de um profissional farmacêutico, o uso indevido desses medicamentos pode aumentar os casos de intoxicação, automedicação e agravamento de doenças.
Mobilização pela saúde da Paraíba
É hora de reagir. A população, os profissionais de saúde e os empreendedores do setor estão se mobilizando para pressionar os parlamentares e barrar esse projeto no Congresso Nacional. A luta é pela preservação do cuidado farmacêutico, do acesso à saúde e da dignidade de milhares de trabalhadores.
Compartilhe essa informação. Defenda as farmácias que cuidam da sua saúde. A Paraíba não pode ficar sem elas.