O Banco Central do Brasil recebeu um pedido de providências para identificar os responsáveis por movimentações atípicas no mercado de câmbio divulgadas em 18 de julho — depois que os Estados Unidos anunciaram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A solicitação parte do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada do partido na Câmara, e aponta possíveis indícios de uso de informação privilegiada por parte de operadores que atuaram antes da divulgação oficial da medida.
O documento enviado ao BC solicita a identificação dos comitentes finais dessas operações, com detalhamento dos valores movimentados, horários das transações, instituições financeiras envolvidas, tipo de operação (à vista ou futura) e os beneficiários econômicos. As operações de interesse são aquelas iguais ou superiores a R$ 500 mil.
Parlamentares da base do governo classificam o caso como um “ataque à soberania nacional” e apontam indícios de uma articulação golpista com fins políticos e financeiros. O líder do PT na Câmara dos Deputados, deputado federal Lindbergh Farias (RJ), confirmou que encaminhou ao BC (Banco Central do Brasil) um pedido de providências para que a instituição identifique os responsáveis por operações de câmbio realizadas horas antes do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), sobre a tarifa de 50% sobre os produtos do Brasil.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o deputado denunciou que uma empresa, ligada ao governo Tramp, teria obtido informações privilegiadas e lucrado com o anúncio do govenro dos EUA de aumentar as tarifas no Brasil. O parlamentar tratou a operação com mais um escândalo internacional.
“Gente vocês não vão acreditar naquilo que eu vou contar aqui pra vocês mas é verdade. Naquele dia 9 em que o Trump anunciou as tarifas aqui no Brasil, muita gente ganhou dinheiro. Corretoras, bancos comprando dólar no mercado futuro. O dólar estava em 5,44, claro que depois do anúncio do Trump que era previsível, foi para 5,60. Teve gente que tinha informação privilegiada. Eu quero dizer aqui para vocês que vai tomar um susto o que eu estou falando aqui”.
“É um escândalo internacional. Vocês sabem que mais lucrou nessas operações atípicas de compra de dólar do futuro? Uma corretora chamada BGC Liquidez. Fez três operações aqui, tem os horários das operações, de mais de 3 bi. Sabe que é o dono dessa BGC Liquidez aqui no Brasil. Howard Lutnick. Quem é Howard Lutnick? O Secretário de Comércio do Trump, o responsável pelo anúncio das tarifas. Ganhando dinheiro. Esse governo Trump me parece que funciona nessas coisas das tarifas. Isso não aconteceu só no Brasil, com uma organização criminosa Isso é crime no mundo inteiro, usar informações privilegiadas. Mas tem mais. Tem o PTG Pactual”, relatou.
Segundo o deputado eles (os operadores da empresa) fazem esse anúncio de tarifas e ganham bilhões, o que ele classificou como escandaloso. Lindenbergue disse que e quer saber as conexões aqui no Brasil, especialmente envolvendo a família do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Me parece esse o jeito da extrema direita atuar. Eu quero saber o papel da família Bolsonaro nisso aqui. Teve alguma relação com corretoras brasileiras. Tanto é que o ministro da AGU Messias pediu para o ministro Alexandre Morais colocar esse ponto específico dessas operações atípicas, naquele inquérito 4595 que investiga Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro por todos esses crimes de obstrução de justiça, inclusive envolvendo uma potência estrangeira. É um esgoto do Trump e da família Bolsonaro” denunciou.
“O Congresso Nacional não pode se calar diante de crimes que ferem a soberania brasileira. O Brasil não é colônia de interesses estrangeiros. É hora de reagir”, afirmou Lindbergh. A proposta deve acirrar ainda mais os ânimos entre governo e oposição no segundo semestre legislativo, reacendendo o debate sobre os limites da atuação política no exterior e o uso de informação privilegiada em operações financeiras.
PB Agora