Tumulto, ocupação da Câmara Federal, com deputado sentado na cadeira do presidente e ameaça de obstrução das votações. O deputado federal Diego Coronel (PSD-BA), corregedor da Câmara dos Deputados, disse que deve concluir, até a próxima quarta-feira (13), o parecer sobre o caso dos deputados que ocuparam a mesa diretora da casa, na última terça-feira (5).
O corregedor deve indicar as possíveis punições cabíveis e, em seguida, os casos devem ser analisados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
As denúncias foram encaminhadas à Corregedoria Parlamentar pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) e citam nominalmente 14 deputados do PL (Partido Liberal), PP (Partido Progressista) e do Novo.
Há possibilidade de que o número de deputados aumente, já que uma das petições enviadas pede apuração de todos os envolvidos no tumulto.
Já estão na lista os deputados Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Carol de Toni (PL-SC), Domingos Sávio (PL-MG), Julia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marco Feliciano (PL-SP), Marcos Polon (PL-MS), Nikolas Ferreira (PL-MG), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Zucco (PL-RS) e Zé Trovão (PL-SC).
A oposição ocupou o plenário da Casa por mais de 24 horas nesta semana. O movimento começou na terça-feira (5) em protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a necessidade de uma punição “pedagógica” aos parlamentares da oposição que ocuparam o plenário da Casa na semana passada. A medida visa estabelecer um precedente para evitar futuras condutas semelhantes.
“Eu acho que deve haver porque o que aconteceu foi grave, até para que isso não volte a ocorrer, “Não podemos concordar com o que aconteceu, até porque precisamos ser pedagógicos nessa situação”, reforçou o presidente da Câmara.
Motta destacou ainda que os deputados bolsonaristas “extrapolaram todos os limites do razoável”. “Não tenho a menor dúvida de que a oposição ultrapassou todos os limites com esse movimento desta semana. Esse é, penso eu, um pensamento majoritário”, pontuou.
O parlamentar classificou o episódio como “muito grave” e afirmou nunca ter presenciado uma ação semelhante no Congresso Nacional.
Redação
Fotos: José Cruz e Lula Marques/Agência Brasil