O Ministério Público Federal pediu ontem (13), a cassação da prefeita de Areia, Silvia Cunha Lima, e do vice, por suposta compra de votos e abuso de poder nas Eleições 2024. De acordo com o MPF, houve uso da máquina pública, aumento irregular de despesas e distribuição de cestas básicas em período eleitoral, com três servidores presos em flagrante.
Segundo a manifestação do MPF, há provas suficientes de captação ilícita de votos, abuso de poder político e econômico e uso indevido da máquina pública. O MPF aponta ainda outros elementos que reforçam o abuso de poder, como o aumento anormal das despesas com combustível, o crescimento expressivo de servidores contratados no ano eleitoral e a mistura de alimentos da merenda com itens adquiridos em licitação, indicando improviso e finalidade eleitoral.
De acordo com o MPF, três servidores municipais foram presos em flagrante no dia 4 de outubro de 2024, a dois dias da eleição, transportando cestas básicas em carros oficiais e manipulando alimentos em um prédio público. Parte dos itens era proveniente da merenda escolar, reforçando o desvio de finalidade às vésperas do pleito.
Em trecho considerado decisivo, a Procuradoria Regional Eleitoral afirma que as provas demonstram grave comprometimento da legislação eleitoral e que a atuação dos investigados violou a igualdade entre os candidatos. Para o MPF, a gravidade qualitativa dos atos, ligada à proximidade da eleição, ao uso da estrutura da Prefeitura, à falta de controle e ao impacto político das ações, justifica plenamente a condenação.
A denúncia ganhou força após o depoimento de um morador, que relatou ter recebido uma cesta básica entregue por pessoas em um carro da prefeitura e afirmou que a prefeita esteve em sua casa no mesmo dia pedindo seu voto. Embora a entrega tenha ocorrido no dia 4 de outubro, o recibo apresentado pela defesa foi datado do dia 3, o que o MPF interpreta como indício de falsidade e tentativa de mascarar a prática eleitoral irregular.
A prefeita nega qualquer irregularidade e afirma ter provas de sua inocência. O Ministério Público considera que as evidências comprometem a igualdade entre os candidatos e justificam a condenação.
Redação


