Presidente da Câmara, paraibano é citado em bastidores como interessado em espaços estratégicos na Caixa Econômica Federal; governo avalia mudanças como moeda de troca por apoio no Congresso
O nome do deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara dos Deputados, voltou ao centro das articulações políticas em Brasília. Segundo informações do jornal Valor Econômico, já chegou ao conhecimento do Palácio do Planalto que o parlamentar tem ambições sobre cargos estratégicos na Caixa Econômica Federal. A movimentação ocorre em meio às tratativas do governo Lula (PT) para fortalecer sua base de apoio no Congresso Nacional.
A avaliação dentro do governo é de que a recente troca de comando em cinco subsidiárias do Banco do Brasil – incluindo BB Seguridade, BB Asset e BB Consórcios – pode ecoar na Caixa, onde o Planalto estuda mudanças na alta direção como parte do jogo político com partidos do Centrão. Nesse cenário, Hugo Motta surge como um dos principais interessados em influenciar as indicações.
Com uma base partidária sólida e articulação com diversas lideranças, Motta tem se consolidado como uma peça-chave no tabuleiro político de 2025. Eleito presidente da Câmara com ampla maioria, o parlamentar paraibano passou a ser visto como figura central na interlocução entre o Congresso e o Executivo. Agora, busca ampliar sua influência também nas esferas da administração federal.
Apesar da aproximação com o governo, interlocutores de Lula demonstram cautela. Há avaliações internas de que o desempenho de Motta à frente da Câmara ainda não correspondeu à expectativa do Planalto, especialmente em votações recentes, como a da medida provisória do IOF, onde o governo sofreu reveses. Mesmo assim, a estratégia de ocupação de espaços em estatais segue como moeda de troca relevante no xadrez político.
O possível avanço de Motta sobre diretorias da Caixa pode ter reflexos diretos para a Paraíba. O estado, que já ganhou visibilidade com a eleição do deputado à presidência da Câmara, pode se beneficiar de um maior trânsito político e acesso a recursos federais. Por outro lado, a politização de cargos técnicos em bancos públicos é constantemente criticada por especialistas do setor financeiro e pode gerar resistência dentro da própria Caixa.
Nos bastidores, a expectativa é que Lula mantenha as conversas com aliados de partidos do Centrão, como Republicanos e União Brasil, nos próximos meses. Os cargos de direção na Caixa, que sempre foram estratégicos por sua capilaridade social e orçamentária, são hoje uma das moedas mais valiosas em jogo para consolidar a governabilidade.
As informações são do jornal Valor Economico – Clique aqui e confira