O deputado estadual João Gonçalves (PSB), avaliou nesta sexta-feira (28), que o rompimento entre o governador João Azevêdo (PSB) e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), representa um risco direto ao projeto político que, segundo ele, ajudou a reorganizar e transformar a Paraíba nos últimos anos.
Em entrevista ao programa Oh Paraíba Boa, da rádio Líder FM, Gonçalves afirmou que a divisão enfraquece o grupo que vinha administrando o estado e pode abrir espaço para perdas eleitorais importantes em 2026.
“Eu sempre costumo dizer: na política, o pior acordo ainda é o melhor negócio”, afirmou o deputado, que sempre defendeu a conciliação como estratégia para manter a base fortalecida.
Durante a entrevista, João resgatou um episódio ocorrido há cerca de um ano, durante reunião na Granja Santana, quando alertou o governador sobre a necessidade de preservar a unidade.
“O governador chamou a bancada e botou todos perfilados. Só não estava Daniella Ribeiro. Estavam Aguinaldo, Hugo. Quando chegou a minha vez, eu disse: se esse grupo que está aí na frente não brigar, alguns vão no meu enterro e daqui a 30 anos vocês estão revezando o governo. Agora, sem brigar, só vai saber quem está certo depois que o povo votar e apurar”, relatou.
Para o deputado, se a base governista tivesse mantido a coesão, o cenário eleitoral seria completamente diferente. “Eu acho que, se tivesse todos juntos, teria segundo turno pra ninguém. Morreu a eleição”, avaliou, reforçando que o grupo tinha força suficiente para atravessar 2026 sem ameaças.
Segundo ele, o governador João Azevedo havia sido alertado pessoalmente sobre o risco da ruptura e dos movimentos políticos de Cícero.
“Quando eu conversei com João, disse: governador, Cícero está indo para os Orçamentos Democráticos, está pegando corpo. Aí ele me disse: isso se resolve lá na frente, o problema é do PP. O PP tem que resolver. Resultado: o que foi que o PP resolveu? A divisão”, ironizou.
Sobre a pré-candidatura de Lucas Ribeiro (PP) ao Governo, o socialista reconheceu a legitimidade do vice-governador, mas reforçou o desafio imposto pela fragmentação. “É legítima a candidatura dele. Se ele vai assumir o Governo, é natural e legítimo. Agora, na política pode tudo, menos perder”, concluiu.
As declarações reforçam a leitura de que a divisão entre João e Cícero ameaça a continuidade de um projeto político que, na visão de Gonçalves, vinha garantindo resultados administrativos e eleitorais ao estado.
PB Agora


