O deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB) assumiu nesta sexta-feira (19), no programa Arapuan Verdade, a responsabilidade pela sua posição favorável à polêmica PEC da Blindagem, mas ressaltou que a decisão foi tomada seguindo a orientação do líder da bancada, Pedro Campos.
Durante a entrevista, Gervásio fez um verdadeiro “mea culpa” político, assumindo a responsabilidade pelo voto, mas destacando que a posição não foi isolada. “Mesmo tendo minha opinião divergente, acompanhei o líder, porque tínhamos maioria no colegiado e isso dá segurança à decisão. Foi uma decisão difícil, sensível e antipática, mas precisava ser tomada dentro do colegiado”, afirmou.
O deputado detalhou o processo da votação, explicando que a pauta da PEC da Blindagem foi discutida em reuniões semanais do colegiado de líderes da Câmara, coordenadas pelo presidente da Casa, Hugo Motta, e que os líderes das bancadas devem consultar seus parlamentares antes de consolidar decisões. Segundo Gervásio, no dia da votação, ele chegou à reunião da bancada do PSB sem conhecer totalmente o texto atualizado da PEC e precisou confiar na orientação de Pedro Campos.
“Durante a reunião, o líder explicou a proposta e abriu espaço para diálogo. Conversei com colegas e entendi que a maioria apoiava o encaminhamento. Mesmo discordando de alguns pontos, decidi seguir o sentimento do colegiado, compartilhando a responsabilidade pela decisão”, disse.
O deputado também abordou a questão do voto aberto e secreto. Ele ressaltou que, durante a madrugada, houve um esforço para manter o voto aberto, garantindo transparência aos eleitores. “Imagine se um parlamentar comete um erro ou um crime e o eleitor não tem direito de saber como ele votou. Conseguimos derrubar parte do texto e manter o voto aberto, mas posteriormente o Senado pode referendar alterações tornando o voto secreto”, explicou.
Sobre possíveis críticas da sociedade e do eleitorado, Gervásio afirmou que estava consciente do impacto da decisão e que a medida geraria desgaste, mas que a decisão foi tomada com base na necessidade de unidade da bancada e na responsabilidade política. “Tomei a decisão medindo as consequências. Não há arrependimento, mas há plena consciência de que política é um exercício coletivo. É preciso ouvir, ponderar e agir dentro do colegiado”, destacou.
O deputado finalizou afirmando que votações como a da PEC da Blindagem exigem maturidade política, capacidade de articulação e compreensão do funcionamento das comissões e do plenário: “É um exercício de colegiado, de responsabilidade, de partido e de sociedade. Nada disso pode ser feito isoladamente. A política exige equilíbrio entre convicção pessoal e compromisso com o coletivo”, concluiu.
Por fim, Gervásio Maia deixou claro que decisões legislativas polêmicas devem ser tomadas com transparência, diálogo e respeito às normas internas do partido, mesmo que isso implique adotar posições contrárias à sua convicção pessoal em alguns momentos.
A entrevista completa você acompanha abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=8wX41XLNKwY
PB Agora