União Brasil entra em conflito interno e escancara racha político na base governista
A política de São João do Cariri vive dias de tensão e incerteza. Um embate silencioso – mas agora público e judicializado – expõe as fraturas dentro do próprio grupo político que comanda o município. A pergunta que ecoa entre os bastidores e nas rodas populares é direta. Afinal, são aliados ou adversários?
A crise veio à tona com a notícia de que o vereador Natercio Farias, líder do governo na Câmara Municipal e filiado ao partido União Brasil, ingressou com mandado de segurança contra o presidente da Casa Legislativa, o também vereador Alberto Gaudêncio, igualmente aliado do grupo governista. O objetivo da ação? Anular a eleição do vereador Romero Ramos Cavalcante para a nova mesa diretora – que por sinal também é do União Brasil.
O detalhe mais intrigante: a ação judicial foi assinada por advogado que representa a prefeitura municipal e o ex-prefeito José Helder, um dos nomes mais influentes do grupo político local. Ou seja, trata-se de uma disputa travada entre membros do mesmo campo político com a chancela jurídica da própria estrutura do governo.
A população, naturalmente, questiona: onde está a união prometida nas eleições? Como é possível que um partido responsável por governar o município recorra à justiça para combater os próprios integrantes?
O que se vê na prática é um jogo de forças internas, marcado por interesses pessoais, disputas de poder e tentativa de controle da câmara municipal. A base, que deveria caminhar coesa pela estabilidade política e administrativa do município, agora trava uma batalha interna que enfraquece a imagem do grupo perante a sociedade.
Nos bastidores, a leitura é clara: o ex-prefeito José Helder e o atual prefeito Chico tem pressionado e perseguido até mesmo aliados, quando esses se mostram independentes ou não seguem fielmente a cartilha do grupo. A ação contra Romero Ramos parece ser mais um capítulo dessa estratégia de controle.
Enquanto isso, os problemas reais da população – saúde, educação, infraestrutura – continuam à espera de prioridade. A política local, ao que tudo indica, virou um campo de batalha interna, onde a vaidade fala mais alto do que o compromisso público.
É preciso lembrar que os cargos são ocupados por figuras públicas eleitas para representar o povo, não para travar guerras internas que em nada beneficiam a cidade. O povo de São João do Cariri merece respeito, clareza e governabilidade.
Aguardemos os próximos capítulos, mas que fique claro, o racha está exposto. E a máscara da união caiu.
Redação