O deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL-PB) reagiu com ataques verbais à suspensão do mandato do deputado André Janones (Avante-MG), decidida pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta quarta-feira (16), o parlamentar paraibano chamou Janones de “vagabundo” e defendeu que ele seja cassado.
“É um deputado que não trabalha, é um deputado vagabundo. Só vem aqui no Congresso faltar com a verdade, é o pai da fake news”, afirmou Cabo Gilberto, sem medir palavras.
A punição a Janones foi publicada em edição extra do Diário da Câmara nesta terça-feira (15) e determina a suspensão de seu mandato por três meses. A decisão foi assinada pelo presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), após parecer do Conselho de Ética que acolheu representação contra Janones por ofensas proferidas ao colega Nikolas Ferreira (PL-MG).
Segundo o relator da ação, deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), as declarações de Janones durante uma sessão no plenário ultrapassaram os limites da liberdade de expressão. Ele destacou que as ofensas causaram tumulto generalizado e que a sessão teve de ser interrompida com a intervenção da Polícia Legislativa. Fausto também apontou que o discurso de Janones continha expressões homofóbicas, o que agravou o episódio.
“O uso de expressões de cunho homofóbico, com o intuito de insultar ou diminuir um adversário político, constitui conduta grave e discriminatória”, afirmou o relator.
Janones, por sua vez, negou que tenha atrapalhado o discurso de Nikolas e alegou que estava se manifestando nas redes sociais contra a taxação de produtos brasileiros pelos EUA — o mesmo tema tratado na tribuna. Ele ainda afirmou ter sido agredido fisicamente durante a confusão e reclamou de não ter sido previamente informado sobre a reunião do Conselho.
“De repente, começo a levar chutes muito fortes nas minhas pernas, pela frente e por trás. Estão gravadas essas agressões físicas”, declarou Janones, acrescentando que foi apalpado na região genital durante o tumulto.
O presidente do Conselho de Ética, deputado Fabio Schiochet (União-SC), afirmou que todos os trâmites foram respeitados e que o gabinete de Janones foi notificado com antecedência.
A decisão reacendeu os embates ideológicos dentro da Câmara e expôs a tensão crescente entre os parlamentares de direita e esquerda, com reflexos imediatos no discurso político de aliados e adversários.
Redação