A oficialização da pré-candidatura de Efraim Filho ao Governo da Paraíba, com aval do PL e a presença de Michelle Bolsonaro, não foi apenas um gesto simbólico — foi um movimento cirúrgico que muda o centro de gravidade da oposição no estado. Sozinho, o senador avançou, atropelou nomes tradicionais como Pedro Cunha Lima, Bruno Cunha Lima e o próprio Veneziano Vital do Rêgo, e chamou para si o protagonismo político da direita para 2026.
Até pouco tempo atrás, Efraim era apenas um dos nomes no jogo oposicionista. Agora, passa a ser o comandante da estratégia, não mais um coadjuvante. Ao unir seu projeto ao bolsonarismo, com o apoio declarado do PL e presença de figuras simbólicas da direita nacional, ele consolidou o espaço que a direita paraibana ainda disputava internamente.
Pedro Cunha Lima, mesmo com recall eleitoral e herdeiro de um capital político histórico, perdeu fôlego após a derrota em 2022. Sem estrutura partidária robusta e sem protagonismo recente, viu seu espaço ser engolido por um Efraim mais articulado, com mandato vigente e base sólida. Bruno Cunha Lima, que ainda está no tabuleiro deve apenas lançar a esposa como candidata à ALPB alinhada ao Bolsonarismo para tentar manter o poder na família.
Mas o impacto mais direto se dá sobre Veneziano Vital do Rêgo. Até então, o senador contava com a possibilidade de ocupar uma vaga em uma chapa majoritária da oposição — possivelmente o Senado. Com o avanço de Efraim como líder do campo bolsonarista, esse espaço se fechou para quem defende abertamente o governo Lula. Veneziano, que mantém alinhamento com o Palácio do Planalto, terá agora de recalcular a rota e, provavelmente, buscar uma alternativa dentro da outra ala da oposição, ou mesmo no campo governista, onde a disputa também será dura.
Efraim, ao se mover antes dos demais, se consolidou. Não esperou consenso, não pediu licença e não costurou alianças tímidas. Impôs-se como nome natural e ocupou o vácuo de comando. Se conseguirá manter a unidade da direita e atrair apoios consistentes até 2026 ainda é uma dúvida, mas uma coisa já é certa: a liderança oposicionista na Paraíba, hoje, tem nome e sobrenome — e não é Cunha Lima nem Vital do Rêgo. É Efraim Morais Filho.