Já dizia um velho sábio: podemos aprender muito com os erros dos outros, justamente para não cavalgar pelo mesmo caminho.
Na gestão passada do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, confesso que me irritei bastante ao assistir a uma entrevista concedida à emissora Jovem Pan. A âncora Amanda Klein o entrevistava de modo atrevido e contraditório, e ele, a cada resposta, repetia seu nome várias vezes. Dentro de mim, eu pensava: que burrice. Ao fazer isso, ele a tornava famosa para sempre em uma única entrevista. Ela o cutucava com ironia e, por dentro, parecia esbanjar satisfação diante da repetição desnecessária: “Amanda, Amanda, Amanda…”. Tudo indicava que Bolsonaro não estava preparado para lidar com as grandes mídias.
E não é que o erro se repetiu?
Falando em Flávio Bolsonaro, ele sempre me faz lembrar George W. Bush, filho de George H. W. Bush, ambos presidentes dos Estados Unidos e oriundos de famílias com forte tradição política e influência militar. O pai governou o país entre 1989 e 1993, e o filho entre 2001 e 2009. Nenhum dos dois foi exatamente brilhante como presidente republicano, e o filho foi ainda mais limitado na condução da presidência. George W. Bush tinha um perfil aparentemente calmo, assim como Flávio Bolsonaro se apresenta até agora, porém carecia de preparo para dirigir uma potência econômica, política, geográfica e militar como os Estados Unidos. Essa mesma deficiência se mostra notória, neste momento, em relação a Flávio Bolsonaro. Espero que o quadro mude e que ele amadureça.
As eleições ainda ocorrerão em outubro de 2026. Muita água ainda vai rolar, o sistema está em movimento e o que virá, só Deus sabe. Para muitos, Tarcísio de Freitas representa o perfil ideal para liderar essa disputa. Contudo, nem tudo gira nem se desenrola conforme nosso raciocínio ou vontade. Deus, na verdade, tem a primeira e a última palavra.
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro


