Alojamentos precários, em condições sanitárias insalubres, espaços degradantes para qualquer atividade, e total falta de condições dignas de trabalho. Uma nova operação do Ministério Público do Trabalho (MPT), resgatou 112 trabalhadores em condições análogas à escravidão. A operação foi realizada nesta quarta-feira, em obras de edifícios nas cidades de João Pessoa e Cabedelo, na Paraíba. De acordo com o MPT, o número de trabalhadores resgatados em 2025 soma o total de 225, um crescimento de 324% em relação à 2024.
Conforme o MPT, os resgatados trabalhavam em obras de oito empresas e vinham de pelo menos 20 municípios do interior da Paraíba e ainda dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Os trabalhadores eram mantidos em alojamentos precários, onde dormiam em beliches ou colchões no chão, em condições sanitárias insalubres.
Segundo informou Laura Valença, procuradora do Trabalho, foram encontrados 112 trabalhadores em situação análoga à escravidão, em condições degradantes de trabalho. De acordo com a procuradora, “eram situações em que não havia fornecimento de comida suficiente”.
“Muitas vezes, esses trabalhadores recebiam um ovo de café da manhã por dia, não tinham direito a jantar, nem direito à proteína”, afirmou Laura Valença, procuradora do Trabalho.
Empresas responsáveis pelas obras firmam ajuste de conduta
De acordo com a auditora fiscal do Trabalho, Gislene Stacholski, oito empresas foram notificadas após o resgate dos trabalhadores, que devem receber verbas rescisórias e seguro especial durante três meses.
Redação
Foto: Grupo Especial de Fiscalização Móvel/MPT