A imprensa nacional voltou a noticiar, nesta sexta-feira (6), mais um grave registro de lançamento de esgoto entre as praias de Intermares e Bessa, na divisa dos municípios de João Pessoa e Cabedelo. A reportagem exibida no Jornal Hoje, da Tv Globo, denunciou o terceiro caso só em 2025, em que o Rio Jaguaribe deságua na orla paraibana trazendo uma água suja, escura e com forte odor.
Antes mesmo do início da matéria, o apresentador Roberto Kovalick enfatizou a reincidência do problema. “E aconteceu de novo, uma mancha escura e com mau cheiro voltou a aparecer no mar, entre duas praias da região metropolitana de João Pessoa”, pontuou o comunicador.
A repórter Karine Tenório reforçou que essa é a terceira vez que o problema afeta a região esse ano, mencionando a situação semelhante nos meses de março e agosto. Assim como nos casos anteriores, o trecho do mar mostrado pela cobertura jornalística foi novamente interditado para banho. O material coletado anteriormente indicou que o mar tinha coliformes fecais, sugerindo a contaminação por esgoto.
A Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba (SUDEMA) orientou que as pessoas evitem o banho de mar num raio de 100 metros desse ponto, no maceió onde a água do rio deságua na orla.
De acordo com a bióloga Cristina Crispim, a cor e o mau cheiro são provocados pelo lançamento de esgoto sem tratamento ao longo do Rio Jaguaribe, que acaba sendo despejado no mar. “Ele tem muita diversidade, tem inclusive peixes. Cada vez que chove muito, toda aquela área, ela vai ser lavada, né? E tudo que tá lá vai ser lançado no mar. Então isso a gente tá vendo agora com uma frequência aqui, na região ali de Intermares”.
No mês de maio, o Ministério Público da Paraíba, através da Promotora do Meio ambiente e do Patrimônio Social, Cláudia Cabral, cobrou fiscalizações e ações efetivas dos órgãos ambientais estaduais e municipais. Na oportunidade, a promotora recebeu a garantia de que as fiscalizações a estabelecimentos comerciais seriam intensificadas e os comércios poluidores autuados e embargados.
Durante a reunião, também foi alinhado que os responsáveis por crimes ambientais devem responder criminalmente. O MPPB ainda cobrou um plano de ação, com cronograma de atuação, etapas a serem cumpridas, limpezas dos rios, identificação das ligações clandestinas, apresentação de campanha educativa e relatórios de balneabilidade mais completos.