A repercussão da declaração do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP), que condicionou o apoio do partido à Presidência em 2026 à defesa de um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, movimentou o cenário político paraibano. Entre posições moderadas e leitura estratégica do momento, o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e o senador Efraim Filho (União Brasil) reagiram publicamente ao tema nesta quarta-feira (26).
Durante a entrega da segunda etapa do viaduto Luciano Agra, em João Pessoa, Lucas Ribeiro evitou polemizar e procurou amenizar o impacto interno da fala de Ciro. Cotado para disputar o Governo da Paraíba em 2026, ele preferiu adotar um tom de neutralidade.
“Não há definição sobre como será o protocolo da Federação no TSE. Estamos aguardando o que realmente vai acontecer”, afirmou, reforçando que o diálogo dentro da federação União-Progressista ainda está em curso e que o momento exige cautela.
Enquanto Lucas buscou esfriar o debate, Efraim Filho fez uma leitura oposta: para ele, a fala de Ciro Nogueira pode fortalecer diretamente sua pré-candidatura ao Governo da Paraíba. Em entrevista ao programa Correio Debate, da rádio Correio 98 FM, o senador avaliou que, dentro da federação, apenas ele poderia assumir a postura alinhada à exigência nacional do PP.
“Quando Ciro Nogueira toma essa posição, só existe uma força política da Federação na Paraíba que pode seguir esse caminho, que pode assumir essa linha, e é o senador Efraim Filho. O deputado Aguinaldo Ribeiro e o vice-governador Lucas já declararam apoio ao PT. Então não vão defender esse alinhamento com indulto ao presidente Bolsonaro e aos envolvidos no 8 de janeiro”, disse, em tom direto.
Efraim também afirmou que a movimentação nacional deve refletir nos estados, especialmente diante da conjuntura recente envolvendo Bolsonaro.
“É uma posição que reforça o alinhamento nos estados com a projeção nacional. Na Paraíba é muito provável que tenha efeito, inclusive diante dessa prisão do Bolsonaro e da reação no Congresso Nacional. Ele não está preso por roubo ou corrupção. Bolsonaro está preso pelo que ele representa, pelas ideias, valores e princípios, com os quais muita gente no Brasil e na Paraíba se identifica”, completou.
Redação


