Por enquanto, Hugo Motta evita dar declarações contundentes sobre a sucessão estadual de 2026. Não é à toa. Apesar de ser um dos nomes mais fortes do Republicanos — e, por consequência, do cenário político paraibano —, ele carrega atualmente uma das missões mais complexas de sua carreira: presidir a Câmara dos Deputados em um dos momentos mais sensíveis da política nacional.
Ao manter o jogo em banho-maria, Hugo não recua. Ele apenas se move com estratégia. Seu nome é ventilado com naturalidade nos bastidores da disputa pelo governo da Paraíba. E há razões para isso: liderança consolidada, capital político crescente e um partido robusto sob seu comando, com as maiores bancadas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal entre os paraibanos.
No entanto, ao assumir a presidência da Câmara, Hugo entrou em outra dimensão política. Tornou-se uma peça-chave em negociações com o Planalto, em articulações sobre pautas de interesse nacional e no equilíbrio institucional entre os Poderes. É uma vitrine poderosa, mas também uma armadilha se não for bem manejada. Por isso, declarar-se desde já candidato ao Palácio da Redenção seria precipitado.
Hugo sabe que, na política, o tempo é decisivo — e, às vezes, cruel com os apressados. Enquanto isso, vai pavimentando o caminho: forma comissões, organiza as chapas proporcionais e estuda o cenário com a frieza de quem já conhece o jogo. Quando for a hora, poderá falar com autoridade não apenas como candidato, mas como líder que ajudou a moldar o novo ciclo político da Paraíba.
No xadrez eleitoral, manter o silêncio também pode ser um movimento de força. E Hugo Motta está jogando com maestria.
Por Márcia Dias