Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (26), o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga descreveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como profundamente abatido logo após a derrota nas eleições de 2022. Segundo Queiroga, o então presidente quase não falava e aparentava um quadro de tristeza profunda.
“Ele estava muito cabisbaixo. Só respondia com monossílabos. Cheguei até a me preocupar”, relatou Queiroga, mencionando que Bolsonaro teve um episódio de erisipela durante esse período e se manteve isolado no Palácio da Alvorada.
Queiroga disse ainda que tentou consolar Bolsonaro, citando exemplos de ex-presidentes norte-americanos que não foram reeleitos, como Richard Nixon e Jimmy Carter, e depois ganharam destaque histórico.
O ex-ministro também afirmou que, nas conversas que manteve com Bolsonaro, o ex-presidente nunca mencionou a hipótese de ruptura institucional ou ausência de transição de governo. “Pelo contrário”, respondeu Queiroga ao ser questionado sobre o tema.
O depoimento de Marcelo Queiroga integra a retomada das oitivas de testemunhas no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após o segundo turno das eleições de 2022. Ele foi convocado como testemunha de defesa dos generais Augusto Heleno (ex-chefe do GSI) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil).
Queiroga comandou o Ministério da Saúde de março de 2021 até o fim do governo Bolsonaro, em dezembro de 2022, sendo o quarto ministro da pasta durante a pandemia.
Durante a semana, o STF seguirá colhendo depoimentos de testemunhas indicadas pelas defesas de outros investigados, entre eles o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o próprio Bolsonaro.
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