O influenciador digital Felca, que denunciou os conteúdos divulgados por Hytalo Santos nas redes sociais, comentou neste sábado (9) sobre a desativação da conta do paraibano no Instagram. Através dos stories, Felca disse que a remoção do perfil “é só o começo”.
E completou: “Vamos cobrar das redes sociais uma mudança no algoritmo”.
Em vídeo publicado na última quinta (8), com mais de 13 milhões de visualizações, Felca acusou Hytalo de sexualizar crianças e adolescentes, além de produzir conteúdo voltado para homens pedófilos.
“Esse comportamento é incentivado e exposto. Ambiente cheio de álcool, ela rebolando no colo de outro menor de idade. Uma menor de idade sexualizada (…) Enquanto tem número, tá tudo bem. Mais público de homens pedófilos sendo atraído por esse material”, encerrou Felca.
No vídeo, ele descreveu o material como “nefasto” e um “circo macabro”, destacando a adultização de jovens em busca de engajamento. Felca também exibiu cenas em que menores apareciam em situações inadequadas, como ambientes com bebidas alcoólicas e momentos de intimidade.
“Uma das paradas mais cabulosas que envolvem crianças em conteúdos nefastos é o caso do Hytalo Santos com a Kamylinha. Olha que ideia super interessante o Hytalo teve: que tal pegar um monte de criança e adolescente no auge da puberdade e botar todo mundo numa espécie de reality show com bagunça e putaria, jogar pro Brasil inteiro e tirar uma grana? Mas que nível de insanidade a pessoa tem que ter pra fazer isso?”, disse o influenciador.
Investigação do MPPB
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu investigações contra o influenciador paraibano Hytalo Santos por suspeita de exploração de imagem de menores de idade. Os processos, que correm em sigilo, foram divulgados pelo UOL.
As denúncias que levaram à apuração surgiram de um pedido feito pelo Conselho Tutelar de Bayeux, cidade da região metropolitana de João Pessoa. Outra investigação foi aberta na capital paraibana, mas sem identificação do denunciante, e foi registrada como uma apuração sobre “defesa de direitos de crianças e adolescentes”.
Os promotores analisam vídeos publicados por Hytalo nas redes sociais, com cenas em que menores aparecem vestidos com roupas curtas, dançando músicas com teor sexual e participando de interações que envolvem perguntas íntimas. Hytalo acumula 17 milhões no Instagram e 7 milhões no YouTube. O grupo de adolescentes é apelidado de “Turma do Hytalo”. Os menores são chamados pelo influenciador de “filhos”, mas não são formalmente adotados por ele. No entanto, passam parte do tempo morando com ele.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é proibida a exploração de imagens de crianças e adolescentes que violem sua dignidade ou os exponham a situações vexatórias.
Se o MPPB concluir que houve violação do ECA, o órgão poderá apresentar denúncia à Justiça ou propor a Hytalo um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para interromper os vídeos com menores. “Estou aguardando as informações requeridas. Vamos analisar tudo a fim de identificar eventuais práticas delituosas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Se confirmadas, o MPPB tomará as medidas cabíveis”, disse a promotora de Justiça, Ana Maria França.